Com o prazo encerrado na terça-feira, nenhum hospital de Pelotas foi inscrito no edital lançado pela prefeitura para a abertura emergencial de 60 leitos. A contratação dos espaços de retaguarda por 90 dias é uma medida para ampliar o atendimento devido ao aumento de internações por síndromes respiratórias no inverno. O crescimento dos casos motivou o decreto de situação de emergência na saúde em 30 de maio.
O edital prevê a contratação de 40 leitos clínicos, entre adultos e pediátricos, e de 20 leitos de UTI. O valor total de investimento para a manutenção dos espaços seria de cerca de R$ 7,4 milhões. Em uma consulta anterior realizada pela secretária de saúde, Angela Vitória, somente a Santa Casa de Misericórdia havia informado ter espaço e condições para ofertar a abertura dos leitos.
No entanto, o hospital não foi inscrito no edital para a prestação do serviço, pois os valores seriam inferiores aos custos previstos para a manutenção dos atendimentos, segundo o diretor financeiro da Santa Casa, Sebastião Kaé. Além disso, outro impasse seria o pagamento pela prefeitura 30 dias após o início da operação dos novos espaços.
Conforme Kaé, diante da atual crise financeira, a instituição não teria condições de arcar com as despesas de contratação de equipes profissionais, aquisição de insumos e outras operações necessárias para ampliação da estrutura de atendimento.
Segundo a secretária de saúde, Angela Vitória, somente um hospital teria apresentado uma contraproposta, mas que estaria em desacordo com as regras do edital. No entanto, a oferta seria avaliada. Questionada pela reportagem, a prefeitura de Pelotas não informou qual seria a instituição ou quais os próximos passo para a contratação dos leitos, diante da falta de interesse dos hospitais.
Diante do impasse, a abertura dos novos leitos pode ser adiada para além de julho, já que, conforme o cronograma previsto no edital, a expectativa dos hospitais era de que a ampliação ocorresse na metade do mês.