O presidente Vilmar Xavier se disse surpreso pela greve de treinos deflagrada pelos atletas do Brasil nesta quarta-feira (18) em função dos atrasos salariais. O dirigente afirma manter diálogo com os profissionais a respeito das dificuldades financeiras do clube. Ele explica que a demora para quitar as obrigações é oriunda do bloqueio judicial da receita.
“Nos pegou de surpresa, porque a gente tem conversado, tem sido transparente. Mês passado a gente atrasou também uns quatro ou cinco dias, e a gente foi lá e explicou”, disse Vilmar Xavier em entrevista ao A Hora do Sul. Segundo ele, o clube está devendo 10% do mês de abril aos atletas, cerca de R$ 14 mil, além da íntegra referente a maio. Os funcionários não recebem desde abril, conforme apuração da reportagem.
Justiça do Trabalho
O mandatário rubro-negro reforça que nenhuma receita cai direto nos cofres do clube – cotas da CBF, patrocínio e bilheterias, por exemplo. O presidente afirma que a receita do quadro social continua integralmente confiscada. Todos os valores aos quais o Xavante tem direito vão para a Justiça do Trabalho devido às dívidas trabalhistas.
“Lá, eles tiram uma parte para os credores, em torno de 45%, e repassam uma vez por mês para o Brasil os outros 55%, arredondando”, explica Vilmar.
O dirigente diz haver um atraso nesse repasse. “Este mês, [a Justiça] ainda não repassou porque a CBF geralmente paga dia 10, e os patrocinadores também. A gente tem reivindicado para a Justiça do Trabalho nos liberar, como estamos desde a semana passada, segunda-feira, terça e hoje [quarta], vamos todos os dias na Justiça para que libere os valores retidos”, diz.
Quando a liberação dos valores ocorre, é feito um alvará e então o dinheiro é creditado na conta do Rubro-Negro.
Problema antigo
O presidente ressalta não ser este um problema gerado pela atual gestão.
“Todo mundo sabe que no passado o Xavante tinha atrasos de dois, três, quatro meses. Em 2023, quando assumimos [a Executiva], assumimos uma dívida de quatro meses de atraso. O clube tem o dinheiro na Justiça, e a qualquer instante pode ser liberado. Hoje [quarta], amanhã [quinta] não porque é feriado, mas na sexta-feira. Tão logo o clube receba os recursos, óbvio que vai passar para os atletas e funcionários, é prioridade. […] Não é uma coisa gerada agora, de pouco tempo. É coisa que já vem de muitos anos”, argumenta.