O PSDB decidiu interromper o processo de fusão com o Podemos, que era dado como certo e vinha sendo negociado há vários meses. O principal ponto de conflito foi a discussão sobre quem iria comandar a nova legenda.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a presidente do Podemos, Renata Abreu, informou ao deputado Aécio Neves, um dos principais dirigentes tucanos, que o partido não abre mão de ficar na presidência da nova sigla por pelo menos quatro anos.
O PSDB defendia que houvesse uma gestão compartilhada, com dirigentes dos dois partidos se revezando a cada seis meses no cargo até que uma nova direção fosse escolhida de comum acordo daqui dois anos.
“Nesses termos colocados pelo Podemos a fusão não nos interessa”, disse Aécio à Folha. “O que lamentamos é que tenha havido essa intransigência na reta final”.
Após a fusão fracassar, a estratégia do PSDB deve focar em uma federação com outro partido. Diferentemente da fusão, a federação pode ser desfeita após quatro anos. Por enquanto, o PSDB é federado com o Cidadania, mas a parceria será desfeita no começo de 2026.
A fusão com o Podemos foi anunciada no final de abril. Após o anúncio, a até então principal liderança tucana do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite, anunciou sua filiação ao PSD após 20 anos na sigla tucana.