A Comissão de Ética da Câmara de Pelotas ouviu nesta sexta-feira (13) os depoimentos de dois policiais envolvidos na abordagem em que a vereadora Fernanda Miranda (PSOL) foi flagrada com maconha em um evento de carnaval no começo de março.
Nesta sexta-feira, o aluno-soldado Dieison Kuhn e o aluno-sargento Laerton Barros responderam aos questionamentos sobre como se deu a abordagem. As alunas-soldado Rayanne Otoneli e Marina Alves, que também seriam ouvidas, tiveram seus depoimentos adiados para a próxima semana.
Os depoimentos não trouxeram fatos novos, além do que já estava relatado no boletim de ocorrência. Dieison Kuhn foi o policial que fez a abordagem inicial à mulher que estava próxima da vereadora. Ele afirma que a viu fazendo um movimento rápido com as mãos para esconder um cigarro aceso de maconha e que pediu que uma policial feminina fizesse a revista, quando foram encontrados dois cigarros de maconha inteiros na pochete da vereadora Fernanda.
Segundo Kuhn, a suspeita foi baseada no nervosismo, na interação entre a vereadora e a outra mulher, e na compreensão de que elas estavam dividindo o cigarro. O aluno-soldado disse que Fernanda se identificou como vereadora e pediu que o procedimento fosse rápido para evitar constrangimento.

Policiais participaram por videoconferência (foto: Douglas Dutra)
O depoimento do aluno-sargento Barros foi breve, já que ele só foi chamado ao local após a abordagem para auxiliar os alunos-soldados no registro do boletim de ocorrência. Em suas respostas, ele explicou os procedimentos adotados nesse tipo de caso.
Os questionamentos de Fernanda a Dieison, no entanto, foram criticados por outros vereadores. Ela afirmou que suas respostas anteriores ‘não estavam de acordo com o que aconteceu’. Os vereadores afirmaram que ela estava constrangendo e fazendo ‘juízo de valor’ das falas da testemunha.
Mesmo sem fatos novos, a postura de Fernanda Miranda nos questionamentos deve prejudicá-la perante os parlamentares que compõem a Comissão de Ética, já que a maioria dos que acompanharam a sessão já a criticaram quando o caso veio à tona, em março.