Interditada há 51 anos, ponte antiga do São Gonçalo aguarda restauro

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Interditada há 51 anos, ponte antiga do São Gonçalo aguarda restauro

Dnit promete lançamento de edital da obra para setembro

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Interditada há 51 anos, ponte antiga do São Gonçalo aguarda restauro
Ponte deixou de ser usada pela sobrecarga causada pelo fluxo de veículos, e avaliação do Dnit é que é possível recuperar sua estrutura. (Foto: Jô Folha)

Em junho de 1974, Pelotas perdia sua principal ligação rodoviária com Rio Grande. A interdição da ponte Alberto Pasqualini – conhecida como “ponte velha” – completa 51 anos e segue a esperança de reforma, o que, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), deve iniciar no segundo semestre.

Construída originalmente como parte do antigo traçado da BR-392, a ponte foi interditada após receber um fluxo de veículos pesados maior que o planejado, resultando em problemas estruturais. Conforme o vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri Duarte, desde o governo Jair Bolsonaro (PL) a ideia é que a obra se torne prioridade somente após o término da duplicação da BR-116, previsto para 2026.

Em visita a Pelotas em 2019, o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) – atual governador de São Paulo – garantiu a Bacchieri que a obra aconteceria. “Ele me disse ‘vamos terminar a BR-116, depois nós vamos fazer a segunda ponte de Pelotas, no São Gonçalo, e aí nós vamos fazer o lote 4”, afirma.

O Dnit garante que o edital para a reforma será lançado até setembro, através do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) integrado, o que permite à empresa vencedora apresentar um novo projeto. Anteriormente, o órgão havia prometido o certame para 2024, o que não se concretizou. O valor estimado da obra segue mantido sob sigilo para evitar especulações e garantir competitividade no leilão.

Competitividade e segurança

A recuperação da ponte Alberto Pasqualini é considerada estratégica para o desenvolvimento da região, solucionando um gargalo logístico para o porto de Rio Grande, além de representar maior segurança aos motoristas. Atualmente, a ponte Léo Guedes – inaugurada em 1975 – é a única ligação rodoviária de Rio Grande com o restante do Estado, concentrando todo fluxo de veículos leves e pesados.

“É muito importante a conclusão dessa obra […] A ponte de Rio Grande é a que conecta todas as áreas produtivas relevantes do Estado, exceto a rota para Santa Vitória do Palmar, com o abastecimento do porto e do porto trazendo tudo que os gaúchos precisam. Então ficar no risco de uma única ponte de Pelotas é realmente uma necessidade alterada”, afirma Fernando Estima, gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS.

Estima tem como expectativa o novo certame para concessão do Polo Rodoviário Pelotas. “Nossa expectativa agora é que na nova concessão, que terá que ser feita em 2026, pelo esgotamento do período de concessão da Ecovias Sul, que o lote 4 da 392 e essa ponte, entre outros feitos, estejam contemplados”, comenta.

Obra quase aconteceu

Em 2011, com as obras dos lotes 2 e 3 da BR-392 a todo vapor, o Dnit anunciou que a reforma da ponte seria iniciada, com cronograma de serviços até dezembro do ano seguinte. Na época, o atual chefe regional do Dnit em Pelotas, engenheiro Vladimir Casa, era o superintendente geral do órgão no Estado.

“É uma recuperação delicada. Será refeita a parte de superestrutura do local, que consiste de vigas e piso. As vigas serão reforçadas e o piso alargado, além do vão central, que será substituído”, relatou à época. A obra também prevê o reforço dos pilares e das fundações.

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