O Brasil não terá um novo gerente de futebol em 2025 e não deve reforçar o elenco à disposição do técnico Emerson Cris durante a Série D do Brasileirão. Foi o que disse o presidente Vilmar Xavier na tarde desta quinta-feira (29), um dia após a demissão de Eduardo Alves – tema principal da entrevista coletiva concedida pelo mandatário rubro-negro ao lado do vice de futebol interino, o ex-atacante Bira Souza.
“Foi uma decisão monocrática da presidência dessa vez, embora todas as outras decisões sempre tenham sido em conjunto com o departamento de futebol, na época do Gonzalo [Russomano, vice-presidente de futebol eleito, que está afastado]”, disse Vilmar em seu primeiro pronunciamento.
Nas palavras do presidente, a demissão de Eduardo Alves se deu por dois motivos. O principal envolve a questão financeira, já que seria um profissional caro para o padrão atual do Xavante. Além disso, ainda de acordo com Vilmar, como o clube não pretende contratar mais jogadores, a função do gerente ficou “esvaziada”.
O mandatário elogiou Alves, a quem chamou de “bom profissional, com currículo invejável”. Por outro lado, deixou nas entrelinhas um desagrado com a condução da formação dos elencos do Brasil para Gauchão e Série D. Segundo ele, ficou abaixo do considerado ideal a quantidade de atletas contratados com experiência no Rio Grande do Sul para as duas competições. Mudar esse cenário, ainda de acordo com o dirigente, teria sido uma necessidade levantada pelo próprio gerente em reunião após o Estadual.
Receitas dos sócios seguem bloqueadas
Questionado a respeito do cenário financeiro do Rubro-Negro, Vilmar Xavier disse que as receitas oriundas do quadro social seguem retidas – problema que se arrasta desde o ano passado. Como praticamente toda a arrecadação do Brasil acaba retida na Justiça em função de dívidas, com somente 56% caindo nos cofres do Xavante, “o clube vive mais de auxílios, de doações, do que de uma receita própria”, de acordo com o presidente.
“É uma situação em que nós não temos mais o que fazer. Estamos tentando um acordo com a própria empresa [que alega ter direito a valores por processo de 2017], a gente não abandonou o processo, só que juridicamente não tem muita esperança. Nós já pagamos quase a metade da dívida das retenções, mas se continuar nesse ritmo se arrasta até o fim do ano”, relatou o mandatário do Brasil sobre o cenário relativo ao quadro social.
SAF em estágio avançado
O mandatário do Xavante atualizou também o andamento da negociação para a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Conforme Vilmar, o estágio é avançado e uma proposta de compra deve ser apresentada nos próximos meses. Nesse processo, o Brasil tem o amparo da Pluri Sports, empresa de consultoria especializada. O Conselho Deliberativo e os sócios precisam aprovar a eventual mudança, seguindo o rito do estatuto.
“[SAF] É uma realidade. Está adiantada. Diria que estamos em um passo de mais de 90% de evolução. […] No meio do ano, julho por aí, em diante, já teremos uma proposta de investidores de um consórcio que está sendo montado. A SAF tem que ser uma realidade para o Xavante nesse ano ainda, porque financeiramente está muito sufocado pela Justiça. Não tem mais para onde correr, onde buscar recursos”, afirma.
Em campo
Lanterna do grupo A8 da Série D após seis rodadas na primeira fase, o Brasil volta a campo neste domingo, às 16h, contra o líder Joinville, na Arena Joinville.
A delegação viaja de ônibus na sexta-feira rumo a Criciúma, onde treina no CT do Criciúma e dorme. Sábado, segue até o Norte de Santa Catarina.
Série D
Grupo A8
7ª rodada
Sábado (31)
18h | São José x Azuriz
Domingo (1º)
16h | Joinville x Brasil
Guarany x Barra
Segunda-feira (2)
20h | Marcílio Dias x São Luiz