Eduardo Alves diz ter sido pego de surpresa durante a manhã desta quarta-feira (28), quando foi demitido pelo Brasil. O gerente de futebol admite que colocou dinheiro do próprio bolso para quitar alguns compromissos financeiros do clube. Segundo ele, a Copinha da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) é a prioridade da direção rubro-negra na temporada. Em entrevista ao A Hora do Sul, Eduardo também enviou uma mensagem de agradecimento à torcida.
“Cheguei ao clube, o presidente [Vilmar Xavier] se dirigiu à minha sala e logo comunicou o meu desligamento. Não entrei em detalhes para saber os motivos. Na semana passada, o Bira [anunciado na quinta-feira como vice-presidente interino de futebol] teve uma conversa por mais de uma hora comigo e falou que contava comigo, que gostaria de me manter até o final do ano, que iria cumprir o contrato. Fui pego de surpresa. Associo à nova mentalidade, digamos assim, do Bira”, analisa Eduardo Alves.
Desde novembro no Bento Freitas, o profissional viveu a difícil realidade econômica do clube. No mês passado, por exemplo, pagou a cirurgia do volante Rael, atitude da qual diz não se arrepender.
“Um acordo que fiz com o presidente, de num futuro breve [o clube] me reembolsar. Mas não foi nada forçado, nada obrigado. Se estivesse em outra instituição, não seria diferente. Algumas despesas do dia a dia é normal [custear do próprio bolso], por logística, a gente acaba se colocando à disposição da equipe. Fiz de coração, não me arrependo, infelizmente é uma questão que o clube passa”, disse.
Foco na Copinha
O período de Eduardo Alves no Xavante não foi de bons resultados. Rebaixado no Gauchão, o Brasil segura a lanterna do grupo A8 da Série D do Brasileirão. O profissional menciona o atraso estrutural do clube em relação aos rivais, mas elogia o atual elenco e, ao citar que a Copinha é o foco da temporada, acredita que o grupo nas mãos de Emerson Cris pode aproveitar a competição nacional para se fortalecer antes do torneio estadual – marcado para começar em 24 de setembro.
“Se mantiver essa base para a Copinha, chega forte. Tem que dar tempo para esses meninos. Confiar neles, são jovens, salário baixo. Tem que passar confiança para eles. Tem chance de classificação ainda [na Série D], tem que ir lá em Joinville [domingo] e buscar o resultado para no segundo turno ser diferente”, avalia.
De acordo com o profissional, a folha salarial do Rubro-Negro gira em torno dos R$ 115 mil mensais – a mais baixa, com sobras, da chave. Apesar da análise positiva a respeito do potencial do plantel, Eduardo afirma que o contexto administrativo do Brasil traz impactos negativos para competir.
“A parte financeira, obviamente, acaba impactando de um modo geral. Sem recurso financeiro, fica difícil estruturar uma equipe. No entanto, entendo também que precisa ter um pouco mais de boa vontade em estruturar o Brasil. Ficou seis anos em uma Série B de Brasileiro e hoje não dispõe de um refeitório, de uma academia. Existem equipamentos de musculação, mas não existe uma academia adequada”.
“Precisa se estruturar melhor para buscar resultados melhores. Os adversários vêm se potencializando, se modernizando, e se o Brasil não mudar, vai sofrer muito. Precisa de pessoas capacitadas, precisa se profissionalizar. Não que não haja profissionais, claro que há, mas precisa de mais profissionais, mais mão de obra”, analisa o agora ex-gerente de futebol do Xavante.
Direção
Via assessoria de imprensa, a reportagem entrou em contato com o Brasil para uma entrevista com o presidente Vilmar Xavier e o vice interino de futebol Bira. Ambos se pronunciarão às 15h desta quinta-feira, em entrevista coletiva.
Série D
Grupo A8
7ª rodada
Sábado (31)
18h | São José x Azuriz
Domingo (1º)
16h | Joinville x Brasil
Guarany x Barra
Segunda-feira (2)
20h | Marcílio Dias x São Luiz
