Festival de Bandas animou o domingo na avenida Bento Gonçalves

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Festival de Bandas animou o domingo na avenida Bento Gonçalves

O evento reuniu um bom público no Altar da Pátria e colaborou com a Campanha do Agasalho

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Festival de Bandas animou o domingo na avenida Bento Gonçalves
Foram nove bandas, e um show de estilos musicais no variado repertório formado pelas tradicionais marchas, xotes e trilhas de filmes. (Foto: Cíntia Piegas)

O clima cinzento não afastou o público que foi até a avenida Bento Gonçalves ontem à tarde prestigiar o 26º Festival de Bandas Marciais, que reuniu nove participantes da Zona Sul do Estado. O evento deu início ainda a Campanha do Agasalho para quem mais necessita nos dias de frio que devem chegar no final da semana. Foram nove bandas, entre três e quatro músicas cada (além da entrada e saída), e um show de estilos musicais no variado repertório formado pelas tradicionais marchas, xotes e trilhas de filmes, até Gilberto Gil, Roberto Carlos a Bruno Mars. O encerramento ficou por conta da Banda do Gonzaga.

A primeira a se apresentar foi a banda Centro de Apoio Renascer de Canguçu, que emocionou o público com uma versão do We Are The World. O coordenador e professor Flair Antônio Lopes diz que o projeto busca ensinar para o grupo do projeto o que é ter disciplina. Ele ressalta que nenhum dos integrantes é profissional e ensaiam duas vezes por semana. “Porém todos tocam, do pequeno ao maior, e todos se sentem músicos.”

Logo depois foi a vez da banda Nossa Senhora Aparecida, também de Canguçu, que apresentou 2001, Austrália, Jazz, Hawai 5.0, Guantanamera, Jesus Cristo e Steve Wonder. O público correspondia ao entusiasmo com salva de palmas. A Banda Independência levou para o Altar da Pátria não só o talento dos pequenos e notáveis integrantes, com as tradicionais portas bandeiras e as balizas, que deram um show à parte. Calebe dos Santos Castro, 11, toca percussão há três anos na banda. Ele conta que sempre teve interesse em participar e agora que é um integrante, ama o que faz. Sobre aprender novas músicas, ele admite que vai aprendendo a música aos poucos, sempre com as instruções do mestre.

Na banda também está a neta de Vilma Ruth Halwh, 63. Ela é do bairro Sítio Floresta e foi prestigiar a pequena baliza. “Ela adora desfilar”, confessa a avó. Jennifer Duarte, 39, estava acompanhando Vilma e revela que a sensação é de nostalgia. “Quando pequena, desfilava na banda da minha escola e aquilo era tradição. Com o passar do tempo foi reduzindo os desfiles e a gente sentiu falta. Então estar aqui hoje e rever as bandas é maravilhoso. Eu fiquei até emocionada”, admite.

Para o idealizador do projeto, Francisco Marques, que já formou 28 bandas em escolas municipais e estaduais de Pelotas, e 54 bandas na região, é uma tradição a ser mantida. “É também uma forma de incentivo de manter a tradição. Está difícil formar uma banda hoje, mas estamos lutando. A vice-prefeita Daniela Brizolara revela que Pelotas está em um outro momento também cultural. “Nós temos aqui bandas que vieram de outras cidades e isso mostra o potencial cultural e artístico para esse segmento da música”, observa. Para Daniel, os projetos de bandas nas escolas, não se restringem a programas de extensão, mas de auxílio aos alunos. “Trabalha a música, a concentração, a disciplina e promove a possibilidade dos alunos conhecerem outros espaços, que talvez não tivessem essa oportunidade”. A vice-prefeita aposta em eventos como o de bandas, por levar ao público um produto artístico de qualidade.

Os desafios

Depois foi a vez da banda da escola Luiz Augusto de Assumpção, de Pelotas. De Santa Vitória do Palmar, a banda Aremis Tavares levou a onça marcial e deu um show de apresentação. O professor de música e regente da banda, Bruno Pereira Selayaran, conta que é um desafio manter uma banda atualmente. “É um hábito que a gente tem de participar de festivais, porque as crianças têm acesso, sociabilidade e conhecem realidades diferentes. Eu costumo dizer para todas as pessoas que a banda é uma ferramenta da educação, e feliz é aquele professor que sabe usar as ferramentas”, garante ele ao destacar que por trás da banda tem um projeto social.

Também se apresentaram as bandas Instituto de Menores, Sant’Ana e Helena Small (esta levou quase a banda completa para a avenida e com vários instrumentos), ambas de Rio Grande, a JDC de São José do Norte e, finalizando, a Banda do Gonzaga. Para quem não conseguiu participar, os organizadores adiantam que no dia 6 de julho vai ter outra edição em homenagem ao aniversário de Pelotas.

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