Pelotas tem tudo para ser um polo tecnológico (menos a Lei de Inovação)

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | [email protected]

Pelotas tem tudo para ser um polo tecnológico (menos a Lei de Inovação)

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Pelotas tem tudo para ser um polo tecnológico: ensino de qualidade, profissionais qualificados e empreendedores dedicados. Essa é a avaliação do pelotense Rafael Fonseca, CEO da empresa Hox, com sede em Florianópolis.

O empresário vê tanto potencial que escolheu Pelotas para lançar um novo projeto, o Mappo, que faz o levantamento de imóveis e destaca os que estão à venda em uma plataforma interativa.

Porém, para que esse potencial seja alcançado, há um passo importante a ser dado: a aprovação da Lei de Inovação. Enviada pela prefeitura à Câmara em setembro de 2023, ainda no governo Paula Mascarenhas (PSDB), a lei não avançou e segue travada no Legislativo.

O empresário avalia que a lei pode ser um marco importante por trazer benefícios como a redução de impostos para empresas inovadoras, acesso a financiamentos via fundo municipal e a cessão de espaços públicos para hubs de startups.

“Para startups e pesquisadores, a lei prevê editais específicos, parcerias diretas com universidades e até mecanismos de contratação pelo poder público. São exatamente os tipos de incentivo que podem fazer a diferença”, afirma.

O que motivou Fonseca a sediar sua empresa em Florianópolis foi justamente os incentivos que a Lei de Inovação oferece, aliado à integração com o ecossistema de inovação e outras startups. “Programas como o Programa de Incentivo à Inovação (PII) e os incentivos fiscais oferecidos aqui são diferenciais que aceleram o crescimento de empresas de base tecnológica”, explica.

Mesmo com as atividades centralizadas em outro estado, Fonseca continua acompanhando o tema em Pelotas e vê potencial para a cidade reter talentos e atrair investimentos. “Pelotas se destaca na formação de mão de obra qualificada em tecnologia, graças ao trabalho essencial de instituições como UFPel, UCPel, IFSul e Senac, que há décadas capacitam profissionais para o mercado”, diz. “É contraditório que, formando tantos bons profissionais, a cidade ainda enfrente a fuga desses talentos para outros polos”.

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