Com o tema “Viva o futuro do presente”, a 11ª edição da Feira Brasileira do Varejo termina hoje em Porto Alegre. Empresários da região Sul participam do evento por meio de missões empresariais organizadas pelo Sebrae. Considerada a maior feira do segmento no país, a FBV apresenta algumas das principais tendências do setor varejista.
No primeiro dia, o destaque foi o debate sobre inteligência artificial e o uso de robôs. Integrante da missão do Sebrae, o presidente do Secovi Zona Sul/RS, Sérgio Cogoy, avalia que as palestras apresentaram a IA como uma ferramenta complementar à atuação humana. “Vários estandes mostravam essa conexão entre o digital e o presencial, deixando claro que uma parte não exclui a outra”, comenta.
Já no segundo dia, o tema central foi a reinvenção da experiência em lojas físicas, chamada de “varejo raiz”. Mesmo em um cenário cada vez mais digital, foi discutida a importância de resgatar o contato humano, o atendimento personalizado e a vivência sensorial no ponto de venda físico como forma de impulsionar as vendas.
No encerramento, nesta sexta-feira, os temas em destaque são: varejo que desperta desejo, expansão de marcas tradicionais e neuromarketing no varejo. Até o final do evento, mais de 100 palestrantes terão se apresentado, somando mais de 70 horas de conteúdo distribuídas em quatro palcos temáticos: Negócios, Mão na Massa, Marketing & Vendas e Pequenos Gigantes.
Soluções para o pequeno varejo
Expositora na feira, a startup pelotense Velo Sistema apresentou estratégias de fortalecimento de marca. A empresa, listada pelo Sebrae entre as 15 startups para ficar de olho e considerada destaque pelo Instituto Caldeira, aproveitou o evento para ampliar sua visibilidade.
Segundo o CEO da Velo, Thiago Klug, assim como a inteligência artificial, as soluções voltadas ao pequeno varejo têm sido muito discutidas. “Assim como a Velo já faz há alguns anos, levando ao pequeno varejo ferramentas que os grandes players utilizam, percebemos que esses grandes nomes começam agora a olhar com mais atenção para os médios e pequenos negócios”, avalia.
Klug destaca ainda que, em relação a 2023 (última edição da feira, já que em 2024 o evento foi cancelado devido às enchentes), houve um grande salto de qualidade. A participação da Velo nos dois primeiros dias foi considerada bastante positiva.
“Geralmente não fechamos contratos no estande, mas fazemos uma abordagem inicial e agendamos reuniões para dar continuidade às negociações. Tem sido um movimento muito bom, impulsionado em parte pelas caravanas organizadas pelo Sebrae, que trouxeram empreendedores de todas as regiões do Estado”, afirma.
Grandes eventos mais próximos
Cogoy observa que eventos qualificados e de grande porte estão se tornando cada vez mais acessíveis. A FBV contou com a presença de Arthur Igreja, um dos palestrantes mais reconhecidos do país nas áreas de tecnologia e negócios.
Outro nome de destaque foi o publicitário pelotense André Salvador, apaixonado por marketing e vendas, que palestrou sobre “Micro Influenciadores Potencializando o Varejo”, no palco Marketing & Vendas.
Para Cogoy, a integração entre instituições e empresas é essencial para a realização de eventos como este. “Quando conseguimos reunir forças em torno de um objetivo comum, os resultados são muito positivos”, destaca.
Qualificação para empreendedores
Para Priscila Tavares, idealizadora e sócia da Pivô Consultoria, a participação no evento foi enriquecedora — uma oportunidade de ampliar o networking e conhecer novas soluções práticas para o dia a dia das empresas. “O evento se destacou pela diversidade de palestras e pela troca de ideias entre empreendedores de diferentes regiões e segmentos”, avalia.
Entre os temas que mais chamaram sua atenção estão a gestão estratégica de pessoas, cultura organizacional e transformação digital — temas cada vez mais presentes nas discussões do setor. “Isso mostra que as empresas estão mais conscientes de que o sucesso passa, inevitavelmente, pela valorização do capital humano”, diz.
Já para Maria Helena Jeske, fundadora da Imperatriz Doces Finos, o grande destaque foi a abordagem tecnológica. Ela mencionou a integração de sistemas administrativos, produtivos, de atendimento e controle financeiro, como TEF e automações via WhatsApp.
“Também me chamou muito a atenção a velocidade com que a tecnologia avança, o que até me assusta, para ser sincera. Mas ficou claro que, apesar disso, ainda precisamos das pessoas — especialmente no setor de doces, onde o cliente valoriza o atendimento personalizado”, conclui.
