Museu do Doce tem seu primeiro livro de receitas participativo

Cultura

Museu do Doce tem seu primeiro livro de receitas participativo

Publicação, por enquanto somente virtual, foi lançada no sábado dia do aniversário da entidade

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Museu do Doce tem seu primeiro livro de receitas participativo
Livro foi criado a partir da exposição Cadernos de Receitas. (Foto: Ana Cláudia Dias)

Para celebrar os 12 anos do Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas foi lançado o primeiro livro com 132 receitas participativo da instituição, um desdobramento da exposição Cadernos de Receitas, do ano passado. A publicação, que é virtual e acessível para download, traz contribuições que os visitantes deixaram durante a passagem pelo local, da própria equipe técnica, das bordadeiras do projeto Doces Linhas e extraídas da própria mostra. A obra está acessível no link da bio @museudodoce, pelo Instagram. A ação integrou a 23ª Semana Nacional de Museus.

O lançamento ocorreu no sábado pela manhã, no Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, sede da entidade. Durante a cerimônia, que marcou o aniversário, um dos dois exemplares impressos foi oferecido à reitora, Úrsula Rosa.

A técnica de eventos do Museu Bruna Frio Costa relembra que durante a exposição foram liberadas folhas para que os visitantes escrevessem receitas que fossem significativas para elas. “Estamos sempre tentando trazer aquilo que foi um pouco deixado de lado, mas que trabalha a memória afetiva das pessoas”, comenta Bruna.

O livro, dividido em quatro seções, recebeu contribuições de visitantes de estados como Pernambuco e Minas Gerais, entre outros. As receitas estão publicadas conforme foram escritas, o que inclui uma em espanhol. “Elas estão exatamente com o título que a pessoa deu, as quantidades que ela indicou e o seu nome”, explica a técnica.

Depois do lançamento do livro, as bordadeiras do Doces Linhas, projeto de extensão do Museu, entregaram um presente ao Museu, uma toalha trazendo bordados que representam alguns elementos da decoração de estuque do Casarão centenário. A homenagem foi finalizada com o parabéns à entidade e distribuição de bolachas confeccionadas pela padaria Estrela, a partir de moldes em 3D de seis bens integrados (porta janelas, estuques e ladrilhos) da sede.

Busca por manter a tradição

O Museu foi aberto em 17 de maio, véspera do Dia Internacional dos Museus, lembra a diretora da entidade, professora Nóris Leal. “A abertura foi feita em uma manhã, com uma sessão solene feita pela Câmara de Vereadores aqui na Casa 8″, lembra.

A diretora comenta que o trabalho no Museu tem sido especialmente dedicado à produção de pesquisas, com o objetivo de também projetar o futuro da tradição. “Temos trabalhado muito em fazeres que já desapareceram ou estão em vias de desaparecer, como o bolo de noiva, alguns doces de frutas. As doceiras têm reclamado que hoje não se encontram com facilidade a laranja azeda, por exemplo”, comenta.

Nóris conta que estão sendo pensados caminhos para que a tradição doceira se mantenha, principalmente a dos doces de frutas. “O que trouxe a fama para Pelotas, desde o século 19, que é a passa de pêssego, que só se faz aqui, a gente tem só um produtor na cidade. Isso é preocupante, são coisas que temos que pensar, até porque daqui a três anos será revisto o inventário, e o Museu tem se preocupado muito com isso. Não basta ficar só na Fenadoce, a gente tem que fazer um trabalho educativo para que as novas gerações continuem com essa tradição”, fala a diretora.

Oficina da Pelotine

Ainda na manhã de ontem ocorreu a oficina de artesanato em feltro para crianças, na qual foram feitos chaveirinhos reproduzindo a Pelotine, a abelha mascote do Museu do Doce. “O Museu é um lugar incrível, um espaço de socialização que nos permite atividades diversas muito interessantes”, comentou Bruna.

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