A guia de turismo Nicole de Quadros Garcia empreendeu junto da mãe, Soila Garcia, e fala sobre a experiência e os desafios do setor.
Como surgiu essa paixão pelo turismo?
Em 2006 minha mãe, Soila Regina Garcia, começou a trabalhar com viagens por meio de excursões da nossa escola. Ela começou a organizar viagens para nossas turmas, minha irmã participava de grupos de dança e ela sempre organizava esses passeios e viagens. E aí, ela recém viúva, foi demitida do trabalho e começou a ver nisso uma oportunidade de negócio. Por isso, começou a fazer excursões aqui pela região mesmo e, em 2010, ela teve a oportunidade de fazer o curso de guia de turismo pelo Senac. A partir daí, ela se profissionalizou e seguiu trabalhando em home office. Na época, não se usava muito esse termo, mas a gente não tinha um prédio fixo para a agência. A nossa paixão pelo turismo é uma coisa muito emocional.
Como funciona o dia a dia?
Nós atendemos públicos de todas as idades, com poder aquisitivo alto ou não, e muitas vezes a gente realiza sonhos das pessoas, sabe? Então acontece bem frequente chegar um casal aqui e dizer, nossa, a gente não viaja junto há 15 anos, ou a gente nunca teve a oportunidade de viajar, e nós sempre trabalhamos para que a experiência de todos seja ótima e única. A gente nunca vende apenas uma viagem, vendemos uma experiência. Quero que as pessoas se desliguem da realidade delas, que muitas vezes é cansativa, pelo trabalho, a rotina, enfim, quando tu viaja pode sair da tua realidade e viver uma experiência para ficar guardada para sempre na memória.
Quando você começou a trabalhar na agência?
Em 2017 me formei em serviço social e estava trabalhando no comércio. Ela tinha tido algumas sociedades que não deram certo. Então eu falei para ela em 2017: ‘a partir de agora, a gente vai abrir um lugar físico, eu e tu, só nós duas, e eu vou seguir trabalhando contigo’. Apesar de sempre ter acompanhado as viagens com ela e participar de tudo, nessa parte mais burocrática eu não trabalhava. Então, quando eu saí do comércio, a gente abriu o ponto físico, eu e ela, só nós, para trabalharmos mais ainda.
Quando a paixão se transformou em negócio?
A nossa paixão pelo turismo surgiu dessa oportunidade mesmo de renda, de o que a gente gostava de fazer se tornar um negócio. Não sei precisar, mas antes de abrirmos a loja física, eu já ajudava a mãe nisso, então sempre foi muito natural. Eu costumo dizer que a minha pré-adolescência e adolescência foram dentro de um ônibus, então tenho toda a parte prática há muito tempo, sei lidar com grupos há muito tempo.
Como está a empresa hoje?
Hoje estamos há oito anos com a agência física, em atendimento diário de clientes. Mas a nossa história começou lá em 2006, quando a mãe resolveu fazer a primeira viagem de grupo da escola. A gente trabalha mais com turismo emissivo, ou seja, para outros lugares, com pacotes rodoviários ou aéreos em grupos. Além disso, há mais de um ano começamos o trabalho de turismo receptivo aqui na cidade e o nosso intuito é que isso seja cada vez mais forte na nossa agência para que as pessoas vejam a nossa cidade como um produto turístico que tem muitas qualidades e oportunidades.