Os atores Vera Fischer e Leonardo Franco apresentam em Pelotas a peça O casal mais sexy da América, com texto de Ken Levine, participação especial Vitor Thiré e direção e versão de Tadeu Aguiar. O espetáculo será apresentado na sexta-feira, no Theatro Guarany, antes, na quarta-feira, a apresentação será no Teatro Esperança de Jaguarão, ambas às 20h. Ingressos pelo site Sympla.
A atração é uma comédia que reúne artistas conhecidos do público em um espetáculo divertido e inteligente. A peça trata do reencontro, depois de três décadas, de dois astros de TV, que, por muito tempo, foram considerados “o casal mais sexy da América”. Em entrevista ao A Hora do Sul, o trio de atores falou um pouco sobre o que o público pode esperar deste espetáculo.
Quem são os personagens Susan White e Robert McAllister? Por que esse reencontro vai ser especial para eles?
Vera Fischer – O encontro de Robert e Susan se dá 30 anos depois dos anos 90, quando eles tiveram um programa de muito sucesso na televisão chamado Os Residentes. Naquela época eles eram casados, eles tinham problemas pessoais e a Susan era considerada uma “estrelona”, mas o encontro deles, 30 anos depois, faz com que eles discutam todos os problemas que eles passaram. Eles ficam mais maleáveis, eles brigam também, eles fazem amor de uma certa forma e, como eu já disse antes, é uma peça que pode ser vista por todos, porque ela é muito alegre, muito emocionante e muito amorosa. E também sarcástica, às vezes.
O espetáculo é uma comédia romântica, mas quais as principais temáticas do espetáculo?
Vera Fischer – O casal mais sexy da América é uma comédia e é uma peça romântica. Ela fala sobre amor, sobre encontros, sobre etarismo, sobre o amor e o sexo na terceira idade, como as pessoas ainda podem se encontrar e ser felizes apesar de terem passado uma vida inteira de sacrifícios e mesmo tendo sido pessoas que na juventude tiveram muito sucesso. Depois de longos anos eles ficam numa certa obscuridade, mas essa peça mostra um otimismo, uma esperança que pode brotar depois de muitos anos. Então é uma peça muito atual e muito proveitosa e muito bonita.
Como as plateias têm reagido ao espetáculo, o texto faz mais rir ou é mais para refletir?
Vitor Thiré – É muito gratificante ver que o público ama o espetáculo, todo mundo que assiste se identifica pelo menos com algum personagem em algum momento e é uma delícia a gente poder ter esse feedback, esse retorno maravilhoso do público, que ria, que chora, que se emociona, que nos aplaude, então o feedback tem sido o melhor possível.
Esse é o primeiro encontro da Vera Fischer e do Robert McAllister no palco? Como tem sido essa interação?
Leonardo Franco – Sobre a Vera Fischer eu só tenho coisas boas a dizer, e a primeira delas é que é um prazer, uma honra trabalhar com uma pessoa que você sempre admirou pela vida fora, porque a Vera é uma grande atriz, é uma grande produtora, é uma formadora de opiniões, é uma pessoa muito generosa, querida, simpática, nós temos uma química em cena, nós estamos nos divertindo e nos emocionando juntos, e eu quero que essa temporada dure bastante tempo e quem sabe que a gente volte a trabalhar no futuro depois dessa peça. Vera, te amo, beijo.
Vocês acham que a sociedade ainda tem tabus para falar sobre o amor e o sexo depois dos 60 anos?
Vera Fisher – Sim, eu acho que ainda existe um tabu muito grande na sociedade para falar sobre amor, sexo depois de 60 anos. As pessoas se sentem incapacitadas, se sentem rejeitadas, elas não pensam mais nisso e eu acho que no caso da peça mostra muito isso, que as pessoas também quase que desistiram já de achar o amor e de fazer sexo e isso é possível, é muito possível para duas pessoas que se entendam, para duas pessoas que conversam e as pessoas podem ser felizes depois dos 60 anos. É difícil, tem muita gente que rejeita falar sobre isso, não quer saber porque acha impossível, mas é possível e tem que se discutir sobre isso e tem que se tentar fazer isto para ser mais feliz.