O Carnaval de Passarela de Pelotas 2025 chegou ao fim com o público conhecendo as escolas campeãs na noite da última terça-feira (29). A apuração consagrou a Império da Baixada como a vencedora entra as Escolas de Samba do Grupo Especial. A noite também foi de festa para a Xavabanda, campeã entre as bandas. Nos Blocos Burlescos, o título ficou com a Bruxa da Várzea. Já na categoria Mirim, quem levou a melhor foi a Mocidade do Simões Lopes.
Ao todo, 18 entidades carnavalescas participaram dos concursos das quatro categorias e foram julgadas por 25 jurados. Os avaliadores foram contratados pela Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), com base em seus currículos e experiência em julgamentos em outros carnavais. A associação informou que todas as concorrentes cumpriram as obrigatoriedades exigidas nos quesitos a serem avaliados.
O presidente da Assecap, Edson Planella, faz uma avaliação positiva da festa, a última sob sua gestão. A evolução estrutural em comparação com o ano anterior e melhorias nas apresentações das entidades são aspectos destacados pelo presidente. Ele também reafirma a importância de ter mantido os concursos nas quatro categorias tradicionais e faz ressalvas em relação à reorganização financeira da associação durante o mandato de dois anos.
Avanços na estrutura
Mesmo sem mudanças na quantidade de arquibancadas, neste ano um único módulo foi transformado em três. A retomada dos camarotes depois de muito tempo, com estrutura aérea e divisórias, também foi uma evolução significativa. Além disso, Planella ressalta a preservação do “ingresso solidário”, possibilitando a troca do ingresso por alimentos, tudo destinado à Secretaria de Cidadania. “Conseguimos, de modo geral, transformar o que era no ano passado em algo com uma cara de passarela em 2025”, observa.
Público surpreende
A presença do público também agradou o presidente da Assecap. Segundo ele, a movimentação de pessoas “foi acima de qualquer expectativa”, com superlotação nas noites de sábado e domingo. Embora ainda não haja um número oficial consolidado, ele estima que a edição de 2025 tenha ultrapassado os 50 mil participantes registrados no ano anterior.
Estreia com título
No primeiro ano em que participou do Carnaval de Passarela, a Império da Baixada conquistou o título entre os grupos especiais. Fagner Feijó, presidente da escola, explica que a intenção principal não era estrear com o título, mas sim apresentando uma forma diferente e inovadora de desfilar. Para ele, o maior desafio foi lidar com a falta de recursos, já que a escola teve apenas dois meses desde que foi autorizada a participar do concurso. “Foi tudo na base da amizade. Todo mundo desfilou de forma gratuita. […] O que a gente apresentou foi fruto de esforço coletivo e muito amor pelo Carnaval”, diz Feijó.
Campeã entre as bandas
Feijó também é o formador da Xavabanda, vencedora na categoria Bandas Carnavalescas. Para ele, o título teve um peso especial. Após a derrota no Carnaval anterior, a preparação para 2025 começou logo após o resultado do ano passado. O grupo realizou mais de 30 apresentações pelo Estado para arrecadar recursos, investindo mais de R$ 100 mil no desfile. “A vitória era uma obrigação interna”, afirma.
Carnaval mirim reacende chama
Levando a melhor na competição entre escolas mirins, a Mocidade do Simões garantiu sua quarta conquista no Carnaval de Pelotas. O presidente, Luis Henrique Brum, define a vitória como um resgate da cultura carnavalesca, já que em 2024 a escola não participou da folia.
Com a participação das crianças em diferentes processos da organização, a Mocidade protagonizou um desfile marcante que, conforme Brum, reciclou a cultura do samba. “A escola mirim é o celeiro do carnavalesco do amanhã. É essencial pra não deixar a chama morrer”, destaca.
Diversidade na passarela
O título do melhor bloco burlesco ficou com a Bruxa da Várzea. Para a diretora do grupo, Maria Fernanda Silva, a conquista representa, em primeiro lugar, o orgulho em homenagear a diversidade — tema explorado no desfile —, e promover o respeito como valor central. Além disso, a conquista simboliza uma superação coletiva, após um ano marcado por dificuldades, como as enchentes na cidade, incertezas sobre a realização do Carnaval e sucessivos adiamentos. “A luta não foi fácil, mas a gente conseguiu superar e mostrar um belo desfile”, conclui.