O restauro de 20, das 21 obras de arte vandalizadas durante a invasão do Palácio do Planalto há dois anos, é o tema da exposição 8 de Janeiro – Restauração e democracia, que será inaugurada nesta quarta-feira (30), às 16h, na sala Frederico Trebbi, hall da prefeitura de Pelotas. As peças foram restauradas por uma equipe do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas ao longo do ano passado.
Com a coordenação das professoras doutoras Andréa Lacerda de Bachettini e Karen Velleda Caldas, o projeto foi realizado a partir de Termo de Execução Descentralizada (TED), assinado entre UFPel e o Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan).
O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Pintura (Lacorpi – UFPel) em parceria com o Iphan e a Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais (DCPP), com o apoio da Fundação Delfim Mendes da Silveira (FDMS). A exposição é uma das ações desta parceria, que ainda resultou em um livro, que também será lançado amanhã, um documentário, que estreia em Pelotas no dia 8 de maio, e atividades de educação patrimonial, que também serão executadas no município.
Acessibilidade
A exposição fotográfica itinerante foi apresentada pela primeira vez em agosto do ano passado na sede do Iphan. Nela os visitantes poderão entender, a partir de textos e registros fotográficos, como aconteceu o processo de restauração. A curadoria do professor Lauer Santos (UFPel), selecionou imagens que documentam o trabalho da equipe da UFPel no laboratório montado especialmente para essa atividade no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Acessível, a mostra também conta com audiodescrição. “Fora isso pensamos nesse ciclo de eventos para apresentar para a população, já que foi um trabalho realizado por uma equipe de Pelotas”, comenta Andréa.
As fotografias da exposição são da professora e coordenadora-adjunta do projeto Karen Velleda Caldas, do fotógrafo Nauro Júnior e de Mariana Alves (Iphan). Os registros captam as etapas do processo de conservação-restauração, trazem à tona os desafios e evidenciam os resultados.
A partir do mês de maio, com data a ser definida, vão começar as ações de educação patrimonial, com grupos de escolas agendadas para estas atividades. A ideia é fazer até o final de junho.
Livro e aula inaugural
Dentro da programação de abertura da mostra, ocorre nesta terça-feira, às 17h, também no hall da prefeitura, o lançamento do livro sobre o projeto. O evento conta com a participação da coordenadora editorial da publicação, a jornalista Gabriela Osório Mazza, que estruturou a publicação a partir de uma perspectiva humanista, destacando os impactos do vandalismo e o significado da restauração das obras. “O livro é um registro bem importante, é um livro arte”, fala a professora Andréa Lacerda, que junto com Karen Caldas, assinam como organizadoras.
Às 19h, no Auditório do Campus II (ICH-UFPel), na rua Almirante Barroso, 1.202, haverá a aula inaugural do bacharelado em Conservação e Restauração, com o professor doutor Roberto Heiden. O palestrante vai abordar diferentes descobertas relacionadas a essas obras, feitas pela equipe ao longo de quase um ano e meio trabalhou no restauro. “A gente descobriu muita coisa legal, como obras sem autoria. Foi muito gratificante”, antecipa a coordenadora.