Modelo de prevenção de enchentes é desenvolvido em Pedro Osório

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Modelo de prevenção de enchentes é desenvolvido em Pedro Osório

Desenvolvido por pesquisadores da UFPel, monitoramento do Rio Piratini auxilia em situações de risco

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Atualizado terça-feira,
29 de Abril de 2025 às 11:56

Modelo de prevenção de enchentes é desenvolvido em Pedro Osório
Trabalhos iniciaram em Setembro de 2023. (Foto: Divulgação)

A rapidez com que a informação chega até moradores de áreas de risco durante eventos climáticos extremos é determinante para que vidas sejam salvas em situações, como é o caso de enchentes. Para isso, durante o período de cheias em setembro de 2023, os professores e pesquisadores Samuel e Tamara Beskow, coordenadores do grupo de pesquisa hidrológica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), desenvolveram o trabalho de monitoramento da cota de inundação do rio Piratini. Com o repasse de dados precisos à Prefeitura e à Defesa Civil de Pedro Osório, ações rápidas de deslocamento dos ribeirinhos e alertas para novas inundações permitiram que dezenas de vidas fossem salvas e os danos minimizados.

Início dos trabalhos

Durante um período de muita chuva na região sul, o rio Piratini chegou a atingir um nível superior a 14 metros, deixando 500 pessoas desalojadas. Foi a segunda maior cota de inundação da história, depois da inundação de 1992. A professora Tamara detalha a apreensão de ver a situação de longe, sem ter o que fazer, até que surgiu a ideia de utilizar um sistema simplificado, desenvolvido pelo seu marido e colega de pesquisa, Samuel Beskow, com alunos da pós-graduação, e tentar usar suas previsões para auxiliar na prevenção de maiores perdas. Após o contato com a Defesa Civil de Pedro Osório, foram feitas medições no nível de água e, através do modelo, emitido o alerta de que o rio Piratini iria subir novamente. Com o alerta para que a população evitasse retornar para suas residências, mais vidas foram salvas. “Eles ficaram muito surpresos com a precisão dos dados, com 15h de antecedência, e, desde setembro de 2023, o sistema se mostrou inúmeras vezes muito eficiente”, destaca Tamara.

Ao antecipar e mapear áreas de risco de maneira precisa, o projeto busca capacitar a Defesa Civil a agir rapidamente, minimizando potenciais danos para as cidades. Além disso, contribui para o fortalecimento da resiliência da comunidade nos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes, fornecendo informações cruciais para decisões ágeis e eficazes das famílias.

O prefeito de Pedro Osório, Ricardo Alves, avalia que a parceria com a UFPel tornou-se de extrema importância para a cidade e a região. “Nos dá segurança. Cada vez que o rio enche, nós já atualizamos o projeto de contenção de cheias com a Defesa Civil e temos um plano de prevenção seguro”, destaca.

Ampliação

Tamara explica que o grupo deseja ampliar cada vez mais a abrangência do projeto e, assim, colaborar com mais órgãos e aprimorar as informações produzidas. “Nós estamos trabalhando agora com recursos de órgãos de fomento à pesquisa para aprimorar esse sistema e, enfim, trazer muitos avanços para que esse sistema comece a operar de forma automática e em tempo integral, como se fosse uma sala de situação. Que a gente tenha lá no nosso laboratório os rios aqui da região com o nível monitorado em tempo real e também com a projeção do nível do rio a partir das previsões do tempo, especialmente relacionadas à chuva”, explica a pesquisadora.
A ampliação do monitoramento, neste momento, deverá incluir a compra de novos equipamentos tecnológicos, incentivo financeiro e parceria com demais municípios que compõem a bacia hidrológica do rio Piratini. Com isso, o grupo de pesquisadores espera que o sistema possa estar, em breve, disponível para quem quiser ter essas informações, não só do rio Piratini, para que seja uma ferramenta – não só de monitoramento – mas de prevenção dos desastres, favorecendo o planejamento estratégico do poder público e da comunidade.

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