A Polícia Federal (PF) e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram nesta quarta-feira (23) a operação Sem Desconto, que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um dos alvos é o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado do cargo. A participação dele no esquema não foi detalhada.
A Justiça Federal também determinou que outros cinco servidores públicos sejam afastados de suas funções e autorizou o cumprimento de 211 mandados judiciais de busca e apreensão, seis prisões temporárias, além do sequestro de bens de mais de R$ 1 bilhão. As ações aconteceram em 13 estados, incluindo o Rio Grande do Sul.
Segundo as investigações, o esquema consistia em descontar de aposentados e pensionistas valores mensais como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando as vítimas não se associaram nem autorizaram descontos. As entidades investigadas teriam descontado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
As apurações foram iniciadas pela CGU, que entrevistou uma amostra de 1,3 mil aposentados e pensionistas, dos quais 97% afirmaram nunca ter autorizado descontos em seus benefícios. Onze entidades que seriam envolvidas no esquema foram alvos de medidas judiciais.
O presidente do INSS e os outros servidores afastados não tiveram seus papéis no esquema divulgados pelos investigadores. O presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, é servidor do INSS desde 2000. Ele é filiado ao PSB. Segundo o presidente do partido, Carlos Siqueira, nega que ele tenha sido indicado pela sigla e afirma que a indicação partiu do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT).
