Na avaliação do arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Pelotas, Dom Jacinto Bergmann, os 12 anos de pontificado de Francisco foram marcantes para o mundo. Dentre as ações mais relevantes, destaca-se a atualização do Concílio Vaticano II, documento publicado no início da segunda metade do século passado.
Considerado um momento marcante na história da Igreja moderna, o olhar renovador proposto por Francisco sobre o Concílio Vaticano II tornou a Igreja mais atenta ao diálogo e à escuta das necessidades apresentadas pelo mundo, avalia Bergmann.
“Ele atualizou, para o nosso tempo, o documento com todas as suas forças e seu carisma, propondo uma Igreja evangelizadora, alegre, viva, autêntica, misericordiosa, sinodal e missionária”, afirma.
Segundo o arcebispo, Francisco foi uma grande voz em defesa da dignidade da pessoa humana, sem nenhuma exclusão social. Destacou-se também por sua atuação na promoção do cuidado com o meio ambiente, ao popularizar a expressão “casa comum”, em referência ao planeta Terra.
Bergmann acredita que Francisco foi intérprete, para o mundo, das práticas da vivência cristã nascidas em terras latino-americanas. “Ele sonhou com uma Igreja de Cristo que sai ao encontro de todos, especialmente das periferias existenciais e geográficas. Ele sonhou com uma Igreja misericordiosa, samaritana e sinodal.”
Dom Jacinto teve dois encontros com o Papa Francisco: em 2015 e 2016, durante a Assembleia do Comitê Executivo da Federação Bíblica Católica (Febic). A Febic é uma instância oficial da Igreja que congrega entidades comprometidas com a causa da Palavra de Deus no mundo.
Confira abaixo a mensagem que Dom Jacinto publicou em suas redes sociais em homenagem ao Papa Francisco:
“Gracias, Grazie, Obrigado, Papa Francisco!
Obrigado, Papa Francisco, por teres sido Pedro para nós, a Igreja de Cristo!
Obrigado, Papa Francisco, por teres sido Francisco para nós e para a humanidade!
Obrigado, Papa Francisco, pelos teus gestos, palavras e processos!
A tua última oração, Papa Francisco, feita durante a Via-Sacra em Roma, junto ao Coliseu, nesta última Sexta-feira, agora deve ser a nossa oração:
“Deus altíssimo e glorioso,
iluminai as trevas do meu coração.
Dai-me fé reta,
esperança certa,
caridade perfeita
e profunda humildade.
Dai-me, Senhor, sabedoria e discernimento
para cumprir a vossa verdadeira e santa vontade. Amém.”
O teu último desejo, “Buona Pasqua” – Boa Páscoa, Páscoa que é passagem da morte para a vida – fique gravado em nosso coração para sempre”.