Reivindicada há 13 anos por municípios da região da Campanha, a pavimentação da rodovia Transcampesina pode sair do papel ainda em 2025. Com o aporte de R$ 100 milhões provenientes Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM), somado a outras fontes, a expectativa é que a obra seja iniciada até novembro.
O investimento assegura a pavimentação dos primeiros 50 quilômetros do trecho de 176 quilômetros de terra que integra Aceguá, Hulha Negra, Candiota e Herval. A obra deve iniciar por Aceguá, a fim de facilitar o acesso ao Hospital da Colônia Nova, situado às margens do início do perímetro da Transcampesina, e se estender até a ponte do Passo do Neto em Candiota.
A pavimentação da estrada é pleiteada desde 2012 tanto nas esferas estaduais e federais, quanto no Uruguai porque ela representa um salto no desenvolvimento das atividades econômicas dos cinco municípios e uma revolução no transporte viário. Com cadeias de gado de corte, leiteiro, de ovinocultura e de grãos, a melhoria da malha viária irá otimizar o escoamento das produções pelo interior. Além disso, as cerca de três mil famílias residentes no em torno da transcampesina também serão beneficiadas pela facilidade no deslocamento.
“Quando chove as crianças ficam 15 dias sem ir para aula. O esforço é para desenvolver a região, mas primeiro olhar para a questão humanitária, que não tem saúde e educação, ou seja, não tem desenvolvimento, se não tem estrada”, diz o deputado federal Dionilso Marcon (PT). Por meio da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, será destinada uma emenda de R$ 17,8 milhões para o trecho das obras em Candiota.
O recurso de R$ 100 milhões também é composto pelo investimento de 15 milhões de dólares, cerca de R$ 878 milhões, do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul, e contrapartida de R$ 2,6 milhões do governo do Estado. O primeiro passo para a pavimentação iniciar é a formulação do anteprojeto no valor de 200 mil dólares, que será custeado pelo Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata.
Após a conclusão do anteprojeto, cujo prazo máximo é de 90 dias, será lançada a licitação para a contratação da empresa responsável pelo projeto executivo e pela obra. “Estamos tratando da contratação do anteprojeto. É uma demanda técnica necessária para a liberação do recurso, inclusive para o próprio Focen e para liberar os recursos uruguaios”, diz o prefeito de Hulha Negra, Fernando Campani (PT).
A pavimentação da Transcampesina tem o engajamento do Uruguai, por se tratar de uma rota estratégica para o transporte de cargas e o acesso ao Porto de Rio Grande. “Eu posso estimar que até o meio do segundo semestre nós estaremos iniciando essa obra. Ela tem importância para termos um região de fronteira de integração dos interesses dos brasileiros e dos uruguaios”, salienta Campani.
O custo total para a pavimentação dos 176 quilômetros da Transcampesina é de cerca de R$ 380 milhões. Segundo o deputado Marcon e o prefeito de Hulha Negra, é essencial que a obra seja iniciada o quanto antes para viabilizar o pleito pelo restante dos recursos.