Para celebrar os 50 anos da Cem Caras de Teatro, do Instituto Federal Sul-Riograndense, o diretor da companhia Flávio Dornelles prepara o grupo para circular com o espetáculo Nadim Nadinha contra o rei de Fuleiró. Com recursos da Lei Paulo Gustavo, as apresentações ocorrerão em maio nas cidades de São Lourenço do Sul e Pedro Osório.
O grupo estreou Nadim Nadinha contra o rei de Fuleiró em dezembro passado no auditório do IFSul, com participação especial de integrantes do grupo Oficina, outra iniciativa coordenada por Dornelles. “Foi muito importante a gente ter aprovado esse espetáculo, que é um comédia política, oportuno para os tempos que vivemos”, comenta o diretor.
O Cem Caras sucedeu o extinto Desilab, grupo de teatro da Escola Técnica Federal. No seu primeiro ano, a atividade extracurricular foi dirigida pelo ator Zé de Abreu, que levou os alunos ao Festival de Arcozelo, em 1975, no Rio de Janeiro, com Do preto ao branco. O próprio Dornelles integrou o Desilab, mas sob a direção de Valter Sobreiro Jr.
Festival de Teatro
O grupo Oficina, com 38 anos de trajetória, também teve projeto aprovado em edital da Secretaria de Estado da Cultural (Sedac), com recursos da Lei Aldir Blanc. A proposta é levar ao público o espetáculo Fuenteovejuna.
Dornelles escolheu este texto para homenagear os 40 anos do primeiro Festival de Teatro de Pelotas. O evento de agosto de 1985 ocorreu no Theatro Sete de Abril e marcou um novo momento para as artes cênicas pelotense.
Naquele ano, o Desilab, dirigido por Valter Sobreiro Jr, ganhou este certame com Fuenteovejuna. “Eu era ator no elenco, agora vou remontar esse espetáculo”, conta o diretor.
Fuenteovejuna, escrito por Lope de Vega, passa-se no século 16 e também tem forte crítica social e política. A pré-produção começa neste mês e a apresentação ocorrerá no final do ano. Os atores ainda vão participar de uma oficina de maquiagem com Miguel Ávila.
Os dois espetáculos contam com a assistência de direção, produção executiva e artística de Guilherme Gonçalves, que é ator e preparador de elenco. Para Dornelles essa parceria entre os grupos. “Deixamos de lado a rivalidade. Antes acontecia de os atores de um grupo nem assistirem ao espetáculo do outro”, comenta o diretor.