Há 50 anos
A poluição sonora provocada pelos carros de som e alto-falantes foi tema de projeto polêmico encaminhado na Câmara de Vereadores. O objetivo era silenciar as buzinas de sorveteiros, mas as disposições da lei em debate também atingia usuários de apitos, sirenes, tímpanos, matracas, trompas, campainhas e cornetas e quaisquer outros instrumentos que perturbavam o sossego.
O vereador que protocolou o projeto de lei queria suprimir o inciso 10º do código de posturas do Município, tirando a parte que proibia o uso dos referidos instrumentos “das 22h até as 6h da manhã”, ampliando o período de silêncio para o dia inteiro. Segundo o parlamentar, não se tratava de “tirar as condições dos sorveteiros de anunciarem sua presença, às vezes, tão esperada pela petizada”.
A proposta era um desafio a esses trabalhadores a utilizarem a imaginação para atrair a clientela. O vereador achava as cornetas “enervantes, até que escolhem justamente a hora da sesta para acionarem seus repulsivos instrumentos”, disse em entrevista publicada em 3 de abril de 1975.
O mesmo parlamentar também apresentou projeto semelhante proibindo a publicidade com alto falantes. “As neuroses e loucuras da poluição sonora são consequências conhecidas e nós temos que legislar pensando na maioria e não em grupos minoritários”, argumentou.
Debate
O assunto foi tema de muito debate e um outro vereador chegou a sugerir que fosse feito um zoneamento, sendo que nas vilas seria facultada a utilização da propaganda volante. O que foi rechaçado com acusação de prática discriminatória. “Se no centro, onde residem os ricos o som dos alto-falantes se constitui em poluição, porque os moradores das vilas terão que aturar o mesmo som?”, questionou outro legislador.
Na lei
O segundo parágrafo do artigo 88, capítulo 14 do Código de Posturas, que trata do Sossego Público, ao abordar a propaganda com sistemas de amplificação de som, mantém o silêncio no período que compreendido de 22h até 6h (noturno) e das 22h ata 8h, se no dia seguinte for feriado.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 50 anos
Kennedy Bahia traz nova coleção de tapeçarias a Pelotas
O Clube Comercial recebeu a exposição de tapetes de Kennedy Bahia, com um trio de artistas baianos: Ângelo, Cholo e Wellington. Estampando animais da fauna brasileira, elementos das lendas amazônicas e da cultura afro-religiosa baiana, as coloridas obras apresentadas pelos tapeceiros encantaram os pelotenses.
O chileno Patrick Maderos Kennedy Dito, engenheiro de minas em seu país de origem, trabalhou na região amazônica em busca de ouro, tanto na Bolívia quanto no Brasil. Foram a fauna e a flora amazônicas foram temas das tapeçarias do artista.
Na década de 1960, morando na Bahia, adotou o nome do estado como seu sobrenome. Por lá incorporou o folclore baiano ao seus trabalhos. Durante as décadas de 1960 e 70 foi considerado o maior tapeceiro do Brasil e algumas de suas obras decoram o Palácio da Alvorada, em Brasília. O artista morreu em Salvador em 22 de setembro de 2005.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Banco do Brasil abre edital para construção de prédio
Com projeto do prédio e terreno (na praça Coronel Pedro Osório esquina 15 de Novembro) em mãos, o Banco do Brasil abriu edital aberto para empresas interessadas em construir a futura sede da instituição bancária. As propostas deveriam ser apresentadas até as 15h do dia 16 de abril de 1925, na sede da rua Andrade Neves, 649.
A empresa deveria também fazer a limpeza do terreno, demolindo o que existisse por lá. O prazo da obra não deveria exceder 12 meses. A proposta escolhida seria a de “melhor vantagem e não a de menor preço”.
A construtora que vencesse a licitação tinha o prazo de dez dias para fazer um depósito de dez contos de réis, como garantia de execução da obra e das multas que seriam estipuladas no contrato.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense