Investimentos em ferrovias podem diminuir 22% do custo logístico ao Porto

Mobilidade

Investimentos em ferrovias podem diminuir 22% do custo logístico ao Porto

Pesquisa elaborada pela Portos RS evidencia o cenário do modal no Rio Grande do Sul

Por

Investimentos em ferrovias podem diminuir 22% do custo logístico ao Porto
ANTT já emitiu mais de 300 autos de infração à Malha Sul. (Foto: Jô Folha)

Uma pesquisa da Portos RS apontou que a modernização da ferrovia Malha Sul, operada pela Rumo, pode gerar uma redução de até 22% no custo do frete para mercadorias destinadas ao Porto de Rio Grande. O levantamento, apresentado ao governo do Estado nesta semana, demonstra que a falta de investimentos na infraestrutura ferroviária está impactando diretamente a competitividade do RS e o escoamento da produção.

Para o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, o diagnóstico reforça a necessidade de uma solução estruturante para o escoamento das cargas. “A modernização da malha ferroviária é essencial para recuperar a competitividade do Rio Grande do Sul e integrar os portos ao restante do país de maneira eficiente. O modal ferroviário precisa ser reativado como vetor estratégico da infraestrutura logística estadual”, afirma.

O vice-governador e presidente do Conselho do Plano Rio Grande, Gabriel Souza (MDB), também ressaltou que a falta de investimentos tem tornado o transporte ferroviário pouco atrativo. “Décadas de concessão sem modernização e investimentos resultaram em locomotivas e trilhos obsoletos. Isso torna o transporte ferroviário pouco atrativo, sendo um dos mais lentos do país, operando a apenas 12 quilômetros por hora”, afirma.

A análise técnica também revela que, desde 2006, a quantidade de cargas transportadas pelas ferrovias gaúchas caiu 50%.

Falta de investimentos e debate federal

O cenário será debatido nos próximos meses pelo governo federal. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério dos Transportes elabore um plano de ação para cada concessão ferroviária em fase de encerramento. Os resultados devem ser apresentados em junho.

Conforme o TCU, o governo federal está negociando a renovação de contrato com as concessionárias, sem observar o histórico de descumprimento de deveres contratuais das mesmas. Felipe Ferreira, coordenador regional de Fiscalização Ferroviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), afirma que o órgão já emitiu mais de 300 autos de infração relacionados à Malha Sul.

“Sabemos que a ferrovia no Rio Grande do Sul precisa de mais atenção, e isso está sendo cobrado. Há estudos em andamento para redirecionar os trechos ferroviários não utilizados pela empresa”, explicou, durante reunião do Conselho do Plano Rio Grande

Cenário atual

Com contrato até fevereiro de 2027, a Rumo Logística possui a concessão de 3.823 quilômetros. Destes, apenas 1.680 quilômetros estavam em operação até o ano passado. Após as enchentes, o quadro piorou e somente 921 quilômetros estão operando atualmente.

Debate na Assembleia

Na próxima quarta-feira (9), a partir das 10h30min, a Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa debate a situação das ferrovias no Estado. A reunião foi proposta pelo deputado estadual Miguel Rossetto (PT).

Acompanhe
nossas
redes sociais