O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), desembargador Voltaire de Lima Moraes, esteve em Pelotas na terça-feira para participar de uma sessão didática na faculdade de Direito da UFPel. Ele também visitou os cartórios da Justiça Eleitoral.
“Com o voto, se firma o exercício da democracia, é um ato de cidadania superior”, disse em entrevista ao A Hora do Sul em que destacou a importância de se aproximar a Justiça Eleitoral das pessoas.
O TRE-RS já realizou sessões didáticas em outras cidades, mas é a primeira vez que a atividade chega a Pelotas. “Não apenas aos universitários, mas também aos professores. Cada aluno vai multiplicar essa informação, porque em casa vai passar para os parentes, para os conhecidos, e isso tem um efeito multiplicador. Cada vez mais, temos que seguir uma linha de esclarecimento população a respeito da importância da Justiça Eleitoral no estado democrático de direito”, afirma.
A Justiça Eleitoral tem se empenhado para ampliar o número de eleitores com biometria e para diminuir o número de abstenções nas eleições. Em Pelotas, mais de 10 mil eleitores correm o risco de perder o título de eleitor por não terem votado nas últimas três eleições. O número representa 4% do total de eleitores, e a maioria dos faltosos são homens, jovens e de baixa escolaridade.
O presidente do TRE-RS considera que a abstenção elevada acontece por diversas fatores. “Há nesse contingente pessoas que não acreditam na política como forma de resolver os interesses relacionados com as políticas públicas. Há pessoas que se mostram alienadas e que precisam se conscientizar melhor. Uma forma de conscientização é levando a Justiça Eleitoral às mais diferentes comunidades do Estado”, afirma.
Desafio para 2026
O desembargador Voltaire de Lima Moraes lembra que um dos papéis da Justiça Eleitoral é garantir que as eleições aconteçam com igualdade para os candidatos e partidos. Para 2026, o presidente afirma que já foi criado um comitê de combate à desinformação.
“Nós estamos conscientizados já há algum tempo da necessidade de combater a desinformação, porque hoje tem as fake news e as chamadas deep fakes, que vêm muito alimentadas pela inteligência artificial deturpada”, afirma. Ele lembra que ferramentas de inteligência artificial podem ser utilizadas, mas que é necessário transparência e seguir algumas regras.
“A Justiça Eleitoral está muito preparada para isso, e temos realizado cursos de capacitação com bastante antecedência de servidores e servidoras, com partidos políticos, magistrados eleitorais, promotores eleitorais, enfim. O tribunal tem toda uma estratégia preparada e nós já estamos nos preparando para as eleições 2026”, garante.
