Muitos temas são interligados. Nesta edição, por exemplo, de certa forma a reportagem sobre a redução da vegetação natural de Pelotas e os alagamentos têm conexões. Na edição de sexta-feira, apresentamos o Educame, projeto do Grupo A Hora para levar educação ambiental às escolas, com o objetivo de atacarmos na base o nosso grande problema de relação desequilibrada com a natureza. É fundamental compreender onde erramos até aqui e criar caminhos em que o meio ambiente não seja visto como um problema, mas a solução para nossos desafios.
Pelotas viveu um crescimento desenfreado. De certa forma, desorganizado até. A prefeitura já convoca a Conferência da Cidade e é fundamental que os temas relevantes sejam debatidos à exaustão, sob urgência, para aliar desenvolvimento, inclusão e preservação. Os assuntos andam juntos e é possível, sim, ter desenvolvimento sustentável. Manter o crescimento de habitações, a criação de espaços e a força do agronegócio, mas em parceria com a educação e a compreensão do que a natureza nos exige.
Estamos em um momento chave. Vai completar, em um mês, um ano da enchente. Até aqui, pouco foi feito para avançarmos na questão de preservação e compreensão das nossas urgências junto ao que a Lagoa dos Patos, o São Gonçalo e demais corpos hídricos. Não tem cabimento culpá-los pelas tragédias quando nós mesmos não entendemos como eles agem. E, da mesma maneira, culpamos a chuva por andarmos com água na canela a cada precipitação de fim de tarde, mas não entendemos como nosso sistema talvez esteja insuficiente ou desorganizado.
Pelotas tem nas águas uma oportunidade de desenvolvimento econômico, de turismo e de fortalecer-se em logística. Mas precisa entender elas para viver em paz e harmonia. Tudo começa com a educação ambiental, e a partir de agora a Zona Sul viverá uma nova fase, com novas gerações com a mentalidade orientada a compreender isso.
