A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas e Região (STTRP) e a Reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) deram início a uma negociação conjunta com os dirigentes da empresa Sulport, responsável pelo transporte universitário, para evitar uma possível demissão em massa de 17 funcionários e o impacto no serviço prestado aos estudantes.
De acordo com o Sindicato, na sexta-feira a empresa Sulport teria informado sobre a intenção de promover uma onda de demissões, caso os trabalhadores não renunciassem ao direito de receber o abono por tempo de serviço (quinquênio) como prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Esse benefício seria correspondente a 2% do salário, cerca de R$ 72, por funcionário e R$ 1,2 mil de despesa para a empresa.
Conforme o presidente do STTRP, Claudiomiro Amaral, o pagamento do abono deveria ter sido pago quando os funcionários completaram cinco anos de trabalho. No entanto, o adicional está atrasado há dois anos. “Se é assim, toda vez que o trabalhador completar cinco anos ele vai ser mandado embora, ano que vem já tem mais gente fazendo cinco anos”, diz.
A partir disso o Sindicato convocou uma assembleia geral da categoria que decidiu pela apresentação da situação à Reitoria da UFPel para pedir assistência na busca de uma solução para a crise. “Procuramos a reitoria para expor a situação e alertá-los sobre o risco de um colapso do serviço por causa desse impasse e informar que, em assembleia, os trabalhadores decidiram não abrir mão de seus direitos. Abrimos um importante diálogo com a Universidade e obtivemos o apoio para seguir com a negociação com a empresa”, diz Amaral.
Agora, Sindicato e UFPel estariam iniciando uma negociação conjunta com a empresa para buscar meios de solucionar a crise. A realização de um aditivo ao contrato firmado entre empresa terceirizada e a UFPel, que possa auxiliar no custeio do abono, pode ser uma das alternativas. Na terça-feira, a Sulport foi oficialmente notificada pela STTRP.
Em nota, a universidade manifesta que está atuando na busca por uma solução para evitar qualquer possibilidade de demissão. “A UFPel permanece à disposição para colaborar no que for necessário para garantir uma resolução adequada e justa”, diz o comunicado.
A reportagem entrou em contato com a empresa Sulport, que preferiu não se manifestar sobre a questão no momento.