Brasil cresce em ranking de felicidade e pessoas tentam explicar o sentimento

36º lugar

Brasil cresce em ranking de felicidade e pessoas tentam explicar o sentimento

A maior busca por qualidade de vida e saúde mental é um dos principais fatores, analisa psicóloga

Por

Brasil cresce em ranking de felicidade e pessoas tentam explicar o sentimento
Em segundo lugar entre os países da América do Sul, o Brasil fica atrás apenas do Uruguai (29º). (Foto: Jô Folha)

O Brasil subiu oito posições no ranking global de felicidade, alcançando o 36° lugar. A lista é divulgada anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), junto ao instituto Gallup e à Universidade de Oxford, e considera seis fatores-chave principais: PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, sentimento de liberdade, generosidade e percepção de corrupção. O estudo elenca o nível de felicidade em 147 países.

Em segundo lugar entre os países da América do Sul, o Brasil fica atrás apenas do Uruguai (29º). Em 2024, os brasileiros ocupavam a 44ª posição, e neste ano superaram o Chile na tabela, que caiu do 38º para o 45º lugar.

A Argentina também aparece antes dos chilenos, em 42º lugar. Mais uma vez, os países nórdicos ocupam as primeiras posições, com a Finlândia à frente, seguida por Dinamarca, Islândia e Suécia.

Conceito de felicidade

A felicidade é um conceito difícil de definir, pois varia conforme os fatores individuais e a percepção de cada pessoa sobre sua própria jornada. Segundo a psicóloga Mariana Aires, a felicidade é um estado subjetivo de bem-estar e satisfação com a vida, envolvendo emoções positivas e senso de propósito.

A psicologia diz que a felicidade pode ser influenciada por traços de personalidade, circunstâncias externas (como saúde, ambiente e nível socioeconômico), eventos importantes e laços sociais.

Além disso, um trabalho equilibrado, o cuidado com a saúde mental e a prática de atividades físicas são fatores determinantes para o sentimento aflorar e permanecer com a pessoa.

Por que os brasileiros estão mais felizes?

Para a especialista, a expansão da tecnologia levou a uma fase em que muitas pessoas questionam os seus hábitos e buscam qualidade de vida.

É comum presenciar discursos relacionados a “desacelerar”, e o cuidado com a saúde mental também está mais popular.

Além disso, o costume da prática de atividade física aumentou entre os brasileiros no último ano, o que pode ter contribuído para a ascensão no ranking.
Saúde, família e amigos

Aos 63 anos, Renato Madruga se considera um homem feliz. Morador de Pedras Altas, ele acredita que a felicidade está em poder viver com tranquilidade, sem preocupações excessivas.

Para ele, esse sentimento está diretamente ligado à segurança e à presença da família: tem filhos, netos e se sente satisfeito com a sua vida.

Aos 63 anos, Renato diz que se considera um homem feliz

“Tendo saúde e pessoas próximas que também estão bem, não precisa de muito mais para ser feliz”, afirma.

Ao refletir sobre sua trajetória, Renato lembra de ter passado por algumas situações complexas. Quando mais jovem, teve momentos em que não se sentia plenamente feliz. No início da vida profissional, enfrentou dificuldades e acreditava poder estar melhor do que realmente estava.

Hoje, quando olhar para trás, percebe: mesmo naquela época, já tinha uma vida boa, mas o anseio constante por algo maior o impedia de reconhecer isso.

Com um olhar maduro sobre a vida, o homem acredita em algumas atitudes para ajudar na construção da felicidade, apesar de reconhecer que o conceito varia de pessoa para pessoa.

Para ele, escutar os outros, pensar antes de falar, buscar se dar bem com as pessoas e cultivar amizades são fundamentais. “Hoje em dia, ter amigos de verdade é complicado, mas ainda existe gente de bem”, considera.

Acertos e erros

Estudante de Direito, Luís Felipe Vieira viveu um terço da vida de Renato, mas já tem opinião consolidada sobre o tema. Com 20 anos, ele entende que a felicidade está em encontrar a satisfação consigo próprio e suas conquistas.

Estudante Luís Felipe diz que resposta está na satisfação consigo

A pouca vivência, de primeira vista, é suprimida pela mentalidade do jovem ao enfrentar os problemas e vislumbrar a constante evolução. “Se alguma coisa dá errado, eu tento aprender. Não fico me lamentando”, explica.

Ensinamentos do processo

Para Beatriz da Silveira, de 42 anos, a felicidade é algo simples, mas muitas vezes as pessoas complicam a vida desnecessariamente. Ela entende a vida pode ser maravilhosa, desde que se tenha duas condições básicas para garantir o bem-estar: trabalho e saúde.

Beatriz diz que para ela a felicidade está nas coisas simples

“A vida só não é maravilhosa se tu está desempregado, porque aí tu fica estressado, sem condição de pagar conta, sem condição de fazer nada”, reflete.

Por meio de planos e estratégias próprias, a mulher assume ainda estar em busca da felicidade plena. Depois dos 40 anos, ela passou a enxergar a vida de maneira diferente, com novas perspectivas a cada ano.

Como mãe, acredita que seu papel não termina quando os filhos atingem a maioridade. Ver os filhos conquistando o que ela gostaria de ter conquistado é um dos seus maiores motivos de felicidade.

Passo a passo para atingir a felicidade, segundo a psicóloga

> Encontrar um propósito.
> Construir relações sociais de qualidade.
> Praticar autocuidado: manter uma boa rotina de sono, alimentação equilibrada e atividade física.
> Investir em momentos de lazer.
> Definir limites para a relação com o trabalho.
> Focar no presente, sem condicionar a felicidade a eventos futuros.
> Adotar pequenas mudanças de hábitos, que geram grande impacto no bem-estar geral.
> Compreender que a felicidade é construída no dia a dia, não apenas em grandes acontecimentos.

Acompanhe
nossas
redes sociais