“Quando se lida com a vida das pessoas, você precisa cuidar mais ainda da sua”

Abre aspas

“Quando se lida com a vida das pessoas, você precisa cuidar mais ainda da sua”

Paula Molina é Bombeira Civil há cinco anos

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“Quando se lida com a vida das pessoas, você precisa cuidar mais ainda da sua”
Paula curou-se de um câncer de mama. (Foto: Arquivo pessoal)

O sonho era seguir a carreira militar, principalmente na área da saúde na Marinha. Mas os caminhos na vida de Paula Molina, 36, tiveram alguns obstáculos e para atuar próximo ao que almejou, se formou em Radiologia e decidiu ser bombeira civil. O profissional desse setor é treinado para atuar na prevenção e no combate a incêndios, além de prestar primeiros socorros e garantir a segurança em diversos tipos de ambientes, como empresas, indústrias, shoppings, eventos e até condomínios, sempre no setor privado. A dedicação de Paula em atuar na prevenção de incidentes foi fundamental para encarar um momento difícil de sua vida: o câncer. Hoje a jovem bombeira está no Rio de Janeiro cumprindo promessa feita em uma sessão de quimioterapia: Conhecer a cidade maravilhosa e Salvador.

Como descobriste a profissão de Bombeiro Civil e desde quando atua?

Conheci através de um professor no Curso de Radiologia, ele tinha a formação. Me formei há cinco anos e desde então atuo na área.

Qual foi o momento mais difícil na vida?

A descoberta de um câncer de mama aos 35 anos em pleno vapor na carreira de bombeira. Meu trabalho, sem dúvida alguma, foi um grande incentivo para encarar de frente esse desafio. Quando se lida com a vida das pessoas nas suas mãos, você precisa cuidar mais ainda da sua para realizar seu trabalho da melhor forma.

Como foi o retorno ao trabalho?

O retorno foi o mais esperado por todos, sinceramente. Até porque eu amo o que faço e tenho a função de liderança das equipes. Com toda certeza os colegas, além de me ajudarem desde o início, sempre me acolheram com carinho e respeito. Agora todos têm um cuidado especial comigo. Sigo praticando atividade física normal como natação, inclusive para melhorar o condicionamento físico e como não houve o esvaziamento axilar, faço tudo dentro do normal, mas com cuidado.

Dentro da profissão, já teve alguma situação que a deixou orgulhosa?

Já tive algumas. A mais satisfatória foi um atendimento na Fenadoce no ano que descobri a doença. Dias após receber o diagnóstico e ficar com medo da morte, foi salvar a vida de um civil após uma obstrução de via aérea por corpo estranho, seguido consequentemente de uma parada cardiorrespiratória. Foi um belo trabalho em equipe.

O que a atividade de bombeira civil te trouxe de ensinamento?

Que todo tempo temos muito a aprender. A prevenção é a melhor escolha sempre e que nada somos sozinhos. Para as pessoas, os jovens, um dos ensinamentos é que na vida não temos problemas, temos obstáculos que aprendemos a contornar e resolver, a não ser quando não temos saúde ou quando estamos enfrentando algo relativo a isso. Isso sim é um problema, porque sem saúde não somos nada. Eu acho que servir ao próximo, tendo o conhecimento de poder salvar a vida de alguém ou do amor, tem valor surreal e impagável.

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