Impasse sobre o reajuste do transporte se mantém
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Segunda-Feira17 de Março de 2025

Polêmica

Impasse sobre o reajuste do transporte se mantém

Tarifa deveria ter sido corrigida em fevereiro para custear reposição salarial dos trabalhadores rodoviários; com atraso, categoria debate indicativo de greve em assembleia

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Impasse sobre o reajuste do transporte se mantém
Consórcio do Transporte Coletivo e prefeitura ainda não chegaram a um consenso. (Foto: Jô Folha)

Após reuniões realizadas nos últimos dois dias, o Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) e a prefeitura ainda não chegaram a um consenso sobre o reajuste da tarifa de ônibus. Um novo encontro será realizado nesta quinta-feira (13), e caso uma solução não seja encontrada, há possibilidade dos trabalhadores rodoviários aprovarem indicativo de greve na assembleia.

De acordo com o Consórcio, sem a correção do valor da passagem não há recurso para cumprir com o reajuste salarial dos trabalhadores. A reposição do Índice de Preços ao Consumidor (INPC), de 4,17%, deveria ter sido aplicado aos vencimentos e benefícios da categoria no dia 1º de fevereiro. Diante do atraso, uma reunião de mediação foi realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho na terça-feira. No encontro foi acordado que uma resposta aos trabalhadores seria emitida até hoje.

No entanto, para isso, o Consórcio e a prefeitura têm que chegar a um consenso sobre qual será o valor e quando o reajuste da passagem será aplicado, o que historicamente ocorre em fevereiro. Conforme o cálculo do CTCP, para cobrir a reposição salarial, o retorno da reoneração da folha de pagamento e as despesas da operação, o aumento da tarifa deve ser de 15%. Com isso, o valor geral passa a ser de R$ 6. No entanto, a prefeitura pode decidir repassar esse valor integral ao usuário ou subsidiar parte da cobrança.

Segundo relatos, o impasse estaria justamente na forma de ajustar a tarifa para viabilizar a operação adequada do transporte coletivo, porém sem repassar todo o custo para o passageiro. No último governo, a maneira encontrada para manter o valor de R$ 5 foi o aumento de R$ 0,20 para quem paga em dinheiro.

Debate chega no transporte rural

De acordo com o diretor executivo do Consórcio, na reunião realizada na quarta-feira (12), os representantes da Secretaria de Transporte e Trânsito e da Procuradoria Geral do Município teriam abordado a proposta de que parte do reajuste de 15% da tarifa fosse destinada para o subsídio da passagem do transporte rural. “Se a prefeitura e o Consórcio concordam que a tarifa é R$ 6, como nós vamos acrescentar um outro custo sem ter a fonte de onde vai ser retirado o dinheiro?”, questiona Enoc Guimarães.

Para o transporte rural ter o mesmo preço do urbano, atualmente, a prefeitura subsidia a diferença de valor da passagem para o usuário, custo equivalente a cerca de R$ 300 mil por mês. Para pagar essa despesa, o diretor-presidente calcula que seria necessário adicionar mais R$ 0,30 no aumento da tarifa urbana. “Eu não vejo o menor fundamento tu criar um subsídio para o rural para ser pago pela população urbana”.

Em nota, a prefeitura informa apenas que o valor da tarifa está em análise. Uma nova reunião entre o Consórcio e a prefeitura para definir o reajuste está marcada para às 14h desta quinta-feira.

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