Brasil e Uruguai estão cada vez mais próximos de terem uma nova rota comercial. Com previsão de R$ 43,5 milhões em investimentos, a chamada hidrovia binacional iniciou, neste mês, o processo de tomada de subsídios para a concessão do trecho de 140 quilômetros da Lagoa Mirim e do Canal São Gonçalo.
O projeto de concessão da hidrovia deve melhorar a eficiência logística, permitindo o escoamento de produtos do Uruguai, via Porto de Rio Grande em direção ao Oceano Atlântico, e aumentar o comércio entre os dois países.
“Junto com a hidrovia do Rio Paraguai, a concessão da Lagoa Mirim promoverá o desenvolvimento do comércio entre os países da região e com países de outros continentes também”, avalia o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Cronograma
O período de colaboração deve seguir ao longo do primeiro semestre. Depois, o processo será encaminhado para Consulta Pública antes de ter o edital publicado, o que deve acontecer no primeiro semestre do próximo ano. O cronograma de construção do terminal portuário está previsto para junho de 2026.
De acordo com o Ministério, a concessão será comum entre os dois países, com prazo de 15 anos. Entre os serviços que deverão ser ofertados estão a dragagem de implantação do Canal de Sangradouro, levantamentos hidrográficos, sinalização, balizamento e monitoramento do tráfego e revitalização da barragem e eclusa de São Gonçalo.
Dragagem
Antes do certame para concessão, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizará a batimetria e dragagem da Lagoa Mirim. O primeiro processo será conduzido por uma equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), enquanto o segundo será licitado no segundo semestre.
Vantagens da hidrovia
As hidrovias integram uma modalidade alternativa aos sistemas rodoviário e ferroviário. O transporte aquaviário tem menor custo de implementação do que o rodoviário, por exemplo, além de apresentar redução no percentual de acidentes fatais e de roubo e extravio de cargas. Além disso, o modal aquaviário tem o potencial de redução de 80% na emissão de carbono.
“A hidrovia vai potencializar os portos de Rio Grande e Pelotas a partir da possibilidade do escoamento da produção do norte do Uruguai pelos nossos portos, além de fortalecer as relações bilaterais entre Uruguai e Brasil”, explica o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT).