A Santa Casa de Rio Grande segue lutando pela sua funcionalidade. Durante reunião da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), o presidente da instituição, Renato Silveira, afirmou que o aumento nos atendimentos de saúde suplementar é fundamental para a autossustentabilidade do hospital.
Referência para mais de um milhão de habitantes em 28 municípios do RS, a Santa Casa conta com 86% dos atendimentos voltados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme Silveira, o hospital pretende ampliar a capacidade de atendimento para convênios e particulares de 14% para 40%.
Além disso, para equilibrar as finanças mensais, o hospital indicou dez medidas que estão sendo implementadas para aumentar a arrecadação. Entre as ações, destaca-se a transformação da Unidade de Cardiologia e Oncologia na porta de entrada para convênios e particulares e a parceria com empresas privadas.
Problemas financeiros
Atualmente, o hospital possui um déficit mensal de R$ 1,8 milhão e deve reduzir suas despesas em 15%. O balanço é resultado de uma receita de R$ 10,2 milhões frente a uma despesa de R$ 12 milhões.
Conforme Silveira, a Santa Casa esteve à beira do fechamento em 2020. Apesar disso, devido a pandemia, o pagamento de algumas dívidas foi suspenso, o que deu tempo para uma reestruturação do complexo.
Recuperação judicial
Desde 2022, a Santa Casa de Rio Grande está em processo de recuperação judicial. Com mais de 2,3 mil credores, divididos em quatro classes – trabalhistas, quirografários, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte – a dívida da instituição ultrapassa os R$ 500 milhões.
Risco de fechamento
A possibilidade de fechamento foi levantada pela representante do Ministério Público, Anelise Becker, em reunião da Azonasul na quinta-feira (6).
No encontro, ficou definido que a instituição deve apresentar um relatório com os déficits por especialidade, para que os municípios possam buscar alternativas de atendimento ou custear alguns atendimentos. Além disso, o governo do RS deve elaborar um plano de contingenciamento com base no documento da instituição.
Mais recursos
A prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT), proponente da reunião, destacou que aguarda o aumento do teto MAC, que pode significar um reajuste de R$ 1 milhão mensais no repasse do governo federal. Além disso, a gestora também confirmou um acréscimo de R$ 150 mil no aporte do município ao hospital, passando de R$ 600 mil para R$ 750 mil.