A reportagem especial de capa, das páginas 14 e 15 desta edição, bem como o abre aspas ao lado deste Editorial e as matérias sobre lideranças femininas do agronegócio e da área cultural expõem um caminho que, apesar de mais lentamente do que deveria, está sendo trilhado. Mulheres ganham espaço na liderança e as estatísticas não mentem. Ainda assim, há uma longa batalha por valorização, equidade salarial e respeito. São bandeiras que devem ser levantadas e estimuladas.
O 8 de março é uma data que tende a cair no clichê, mas precisa manter seu significado vivo. É uma data de lutas para mulheres. Apesar da celebração quase festiva que se dá ao crescimento feminino em posições de destaque e liderança, o caminho a se percorrer é longo. A política, por exemplo, é significativa nisso. Tivemos apenas uma prefeita, uma governadora e uma presidente, olhando do nosso próprio quintal. Na Câmara de Vereadores de Pelotas, por exemplo, são apenas duas mulheres ocupando o parlamento. Na Zona Sul, são só duas prefeitas dentre 23 municípios.
Tudo isso passa por um processo educativo da sociedade. De ouvir quando elas falam. De enxergar a capacidade de liderar equipes, de tomar decisões, de ter pulso firme, de merecer salários iguais, de não ter sua posição questionada e tantas outras coisas que volta e meia são embaçadas por uma visão retrógrada de delicadeza do “sexo frágil”. Preconceitos que foram criados e cultivados ao longo dos séculos, mas que hoje não deveriam mais ter espaço.
Hoje vivemos em um momento bastante melhor, não há dúvidas. Mas dá para avançar ainda mais. Neste 8 de março é importante lembrar a força das que proporcionaram esse avanço e empoderar as que lutam por seu fortalecimento. A busca por equidade de gênero precisa estar sempre viva e ser reforçada por todos. Em uma cidade que registrou 11 feminicídios nos últimos dois anos, todo dia é dia de refletir.