Na próxima quinta-feira, os trabalhadores do transporte coletivo de Pelotas irão se reunir para deliberar o indicativo de greve diante do atraso do reajuste salarial, previsto para o dia 1° de fevereiro. A reposição da inflação nos vencimentos da categoria foi acordada no Tribunal do Trabalho com o Consórcio do Transporte Coletivo (CTCP) e a prefeitura em 2024. O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários pode também optar por judicializar o pagamento.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato, Daniel Medeiros, a assembleia foi marcada devido a falta de respostas do Consórcio do Transporte Coletivo sobre a data do reajuste e a insatisfação dos rodoviários com a situação. “Eles estão indo toda a hora no sindicato e perguntando sobre isso porque é um direito que foi acordado. O trabalhador não tem nada haver com o aumento de tarifa”, afirma.
Conforme o diretor-executivo do Consórcio, Enoc Guimarães, não será possível conceder a reposição salarial enquanto a prefeitura não aplicar o reajuste calculado pela entidade no valor da tarifa do transporte coletivo. A CTCP protocolou o aumento de 15% da passagem na Secretaria de Transporte e Trânsito no dia 13 de fevereiro.
O percentual, segundo Guimarães, foi calculado com base no reajuste salarial, aumento de despesas da frota e a reoneração da folha de pagamento, que iniciou neste ano. “Não tem da onde tirar, já estamos com os custos represados”, diz. Com isso, a passagem seria reajustada para R$ 6, no entanto, a prefeitura ainda não informou quando o aumento da tarifa será aplicado. Conforme informações do paço municipal, o valor está sendo analisado.
Valor da tarifa
Atualmente, a tarifa do transporte coletivo é de R$ 5,20. Porém, os usuários que pagam com cartão de crédito, débito, Pix ou cartão cidadão desembolsam apenas R$ 5,00, porque a diferença de R$ 0,20 é subsidiada por aqueles que pagam R$ 6,00 em dinheiro.
Com o reajuste da passagem para R$ 6,00 esse formato de cobrança pode ser modificado a depender da política de cobrança adotada pela prefeitura.
A assembleia do Sindicato dos Rodoviários de Pelotas, no dia 13, tem a primeira chamada marcada para às 20h e a segunda para às 20h30. Em caso de deliberação pela greve, a categoria deve aguardar 48h para iniciar a paralisação. “Nós só queremos o que foi acordado no dissídio de 2024 e não foi repassado”, diz o vice-presidente.
