No verão, é comum um aumento no número de atendimentos médicos devido às altas temperaturas. O calor excessivo pode causar diversos problemas de saúde, sendo a desidratação um dos mais frequentes. Quando não tratada a tempo, ela pode levar a complicações graves, como tontura, fraqueza, alteração do nível de consciência, queda da pressão arterial e até insuficiência renal. Em casos extremos, pode até levar à morte.
O nefrologista, professor e chefe do departamento de clínica médica do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), Vinicius Ataídes, explica que alguns grupos são mais propensos a essas complicações, como crianças pequenas, pessoas com necessidades especiais, acamadas e idosas. Muitas vezes, esses indivíduos não conseguem ou não sabem expressar a sensação de sede.
Segundo a titular da Secretaria de Saúde (SMS), Ângela Vitória, ainda não foram registrados aumentos na procura por atendimento por conta do calor excessivo, mas observa-se que gestantes e idosos sofrem mais nas salas de espera. Entretanto, ela reitera o que a literatura médica mostra: doenças cardiovasculares pioram no verão e em situações de ondas de calor.
Aqueles que convivem com os perfis de risco da população devem estar atentos aos sinais de desidratação:
- Boca seca
- Olhos fundos
- Urina mais concentrada e em menor volume
- Tontura
- Fraqueza
- Afundamento da moleira (em bebês)
- Sonolência
- Cansaço extremo
Nesses casos, sempre que possível, é essencial oferecer água e outros líquidos para evitar a desidratação. Caso o quadro seja identificado e não se reverta com hidratação oral vigorosa, o médico indica a procura por atendimento no sistema de saúde, seja em Unidades Básicas (UBSs), de pronto atendimento ou, em casos mais graves, na emergência do Pronto Socorro. Lá, profissionais preparados recebem e tratam esses pacientes de maneira adequada.
Alerta para a pele
As altas temperaturas e a exposição solar exagerada também podem causar danos à pele. Problemas como acnes, oleosidade excessiva, queimaduras e até doenças de pele são comuns em meio às altas temperaturas. Para manter a pele saudável, a doutora Elisa Hallal, especialista em dermatologia, destaca alguns cuidados:
Hidratação – O calor pode ressecar ou aumentar a oleosidade da pele, por isso é essencial beber mais água e usar hidratantes adequados ao tipo de pele.
Proteção solar – O filtro solar protege a pele da radiação intensa, devendo ser de no mínimo FPS 50, reaplicado a cada três horas.
Oleosidade – Lavar o rosto com moderação, usar produtos leves e adstringentes e usar toalhas absorventes para controlar o brilho sem ressecar.
Irritações de pele e queimaduras – Aplicar cremes anti-irritação, evitar o excesso de umidade na pele e não tomar banhos quentes.
Alimentos – Consumir frutas ricas em água, vegetais, peixes, oleaginosas e chás antioxidantes para hidratar, regenerar e proteger a pele contra o calor.
Maquiagem – Usar bases leves ou BB creams com FPS, finalizar com um spray fixador à prova de suor e evitar pós compactos pesados que podem craquelar.
Outros cuidados
Além dos cuidados com a hidratação e a pele, Ataídes recomenda o uso de roupas leves, a proteção da cabeça com chapéu ou boné, evitar locais abafados e sem ventilação e reduzir a exposição direta ao sol, especialmente nos horários próximos ao meio-dia.