O clima dá recados

Editorial

O clima dá recados

O clima dá recados
Pelotas pode registrar a temperatura recorde. (Foto: Jô Folha)

Nem um ano após a maior tragédia ambiental da história do país, quando o Rio Grande do Sul enfrentou uma enchente de proporções quase inimagináveis, vivemos outra preocupação ambiental com o calor extremo e estiagem em vista. Se os prognósticos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) se confirmarem, poderemos ter, até sábado, o dia mais quente registrado em março na cidade de Pelotas desde que iniciaram-se as medições, há mais de um século. Ou seja, vivemos momentos de fúria climática para todos os lados e isso vem impactando diretamente na própria qualidade de vida humana.

A natureza dá recados claros e em alto e bom tom. Cabe a nós ouvirmos e atuarmos, sem demagogia ou hipocrisia. Os municípios precisam atuar diretamente para reverter esse cenário a partir do que lhes é possível: com análise técnica e criteriosa para criar sistemas de proteção e prevenção, com o estímulo da arborização das cidades e, principalmente, para a educação ambiental como forma de criarmos gerações futuras que tenham a mentalidade orientada a reverter o estrago que foi feito até aqui.

São necessárias ações práticas, que aliem o desenvolvimento sustentável com os interesses econômicos das cidades, mas sem deixar de lado a memória de que o calor extremo, as fortes chuvas, o frio fora de época e tantas outras questões que afligem nossa sociedade hoje estão correlacionados com nosso comportamento enquanto sociedade. Há erros em diversos setores, passando inclusive pela imprensa que por muito tempo teimou – e em alguns casos ainda teima – em tratar extremo climático como entretenimento e não como sintoma de uma doença maior.

O calor escaldante dos últimos dias é irmão da enchente de maio e das estiagens que se repetem cada vez mais no nosso Estado. Precisamos ouvir a natureza e compreender seu recado. Quando chegam os dias de caos, como vivemos no último ano, isso não acontece do nada. Há sempre uma série de sintomas prévios. E são eles que precisamos entender para agir.

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