Uma quarta onda de calor extremo chega ao Rio Grande do Sul e as temperaturas podem se aproximar dos 40°C até o fim da semana na Zona Sul. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temperaturas de até 37°C neste final de semana em Pelotas, com termômetros podendo chegar aos 40°C na segunda-feira (3). Caso essa máxima se confirme, a sensação térmica pode superar os 50°C.
Nesta sexta-feira (28), o Inmet emitiu um alerta de perigo para a onda de calor que se estende do Oeste de São Paulo e cobre praticamente todo o Rio Grande do Sul, até a metade Sul. O alerta é válido deste sábado (1º) até a quarta-feira (5) de cinzas.
O Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMET) da UFPel prevê temperaturas menos extremas, mas que ainda assim podem chegar aos 38°C no começo da semana. O meteorologista Henrique Repinaldo, do CPPMET, explica que as temperaturas devem se manter elevadas até a sexta-feira (7).
O meteorologista afirma que uma massa de ar quente e úmido pode causar pancadas de chuva nas tardes de sábado e domingo (2), o que pode amenizar a sensação de calor. “Mas, a tendência é de que a gente tenha temperaturas elevadas durante todo o início de março”, pontua.
Repinaldo explica que a umidade elevada da região, especialmente em Pelotas, agrava a sensação de calor. “O alto teor de umidade no ar, em contato com a nossa pele, dificulta a evaporação do corpo. Esses dias mais úmidos e com temperaturas muito altas temos uma sensação térmica muito elevada, e é a tendência para os próximos dias”, afirma.
O meteorologista do CPPMET diz que as sucessivas ondas de calor no estado são causadas por um bloqueio atmosférico que impede o avanço de massas de ar frio. “Essas frentes frias estão passando pela Argentina, no máximo pelo Uruguai, e estão indo em direção ao oceano” explica.
Calor fica até o meio de março
Segundo Repinaldo, a tendência é de que o ar frio chegue ao Rio Grande do Sul somente a partir da segunda metade de março, encerrando a onda de calor. “A expectativa do restante de março é de que a gente passe a ter mais frentes frias. À medida que se aproxima o inverno, a frequência de massas de ar frio deve começar a aumentar”, detalha.
O encontro de massas de ar frio com ar quente propicia a formação de temporais. Segundo Repinaldo, no entanto, ainda é cedo para determinar a intensidade das chuvas, mas é improvável que se repita o cenário de chuvas extremas como no ano passado. “No ano passado, estávamos num período de El Niño, neste ano estamos num período de La Ninã de fraca intensidade, com tendência de transição para um período neutro”, afirma.