Atingido pelo ciclone extratropical em setembro de 2023, a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Arroio do Padre ainda não conseguiu se reestruturar. O local tem investimento estadual para reforma externa, porém segue se energia elétrica própria e improvisa sistema para possibilitar aulas.
Luciane Vitoria, diretora da escola, conta que o sistema improvisado é composto por “bicos de luz” que são conectados a um poste de energia elétrica. “Não temos nenhuma tomada. Não podemos ligar nenhum aparelho. Máquina de xerox, nada”, desabafa.
A escola possui cerca de 200 alunos e atua nos três períodos – manhã, tarde e noite. Luciane garante que antes do sistema improvisado as aulas eram realizadas somente de forma remota.
Apesar de estar localizada no Centro, conforme o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), grande parte dos estudantes reside na zona rural do município e tinham dificuldade de acompanhar as aulas, por conta do sinal de internet. O fato foi um dos motivos para a adaptação no sistema elétrico.
Insegurança
A solução temporária já dura sete meses e segue gerando insegurança para os alunos. Por sorte, conforme a diretora, nenhum incidente foi registrado. Porém, Luciane afirma que “é uma preocupação constante”.
Estragos
Conforme a gestora, a escola ficou sem telhado durante quase um ano. “A gente ficou de setembro [de 2023] a agosto [de 2024] sem telhado, chovendo direto, desde o ciclone”, conta. Sem a cobertura, a chuva danificou todo o sistema elétrico da escola.
“A empresa que foi contratada em fevereiro, arrumou o telhado e pintou a escola. A empresa também seria para reformar a elétrica, só que eles entenderam que não tinha condição, depois de tanto tempo chovendo, ela foi totalmente deteriorada”, explica.
Impasse na reestruturação
A negativa da empresa gerou um novo processo de contratação, que ainda não foi concluído. “Começou um novo sistema de orçamentos de ata também, para fazer o conserto da reforma elétrica nova. Até agora está na Seduc [Secretaria Estadual de Educação], em Porto Alegre, e não retornou ainda para assinar o contrato”, conta.
Investimentos externos
O governo do RS iniciou em janeiro uma obra de recuperação de muros, telas e do acesso escolar da EEEM Arroio do Padre. Com investimento de R$ 403 mil, o serviço está sendo executado pela empresa Engpac, sob fiscalização da 5ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), de Pelotas, e tem previsão de conclusão na segunda quinzena de abril.
Procurada pelo jornal A Hora do Sul, a Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP) de Pelotas não respondeu aos questionamentos até o fechamento da reportagem.