Número de pessoas com ensino superior aumenta 73% em 12 anos
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Segunda-Feira17 de Março de 2025

Educação

Número de pessoas com ensino superior aumenta 73% em 12 anos

Apesar do avanço, somente 22% da população de Pelotas possui graduação; no mesmo período há queda de 53% de moradores sem instrução e fundamental incompleto

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Número de pessoas com ensino superior aumenta 73% em 12 anos
Maioria das pessoas com nível superior em Pelotas são formadas em cursos como administração e direito, assim como na área da saúde. (Foto: Jô Folha)

Nos últimos 12 anos, o número de pessoas com o ensino superior completo saltou de 32,8 mil para 56,8 mil em Pelotas, um crescimento de 73%. Mesmo assim, o percentual de habitantes com 25 anos ou mais com graduação é de 22%, conforme dados do Censo Demográfico divulgado pelo IBGE. O progresso na educação também é constatado na diminuição de 53% no universo de pessoas sem instrução e fundamental incompleto.

Em 2010, eram 165,6 mil moradores com baixa escolaridade, o que representava 53,8% da população. Em 2022, o montante diminuiu para 77,1 mil pessoas, cerca de 29,8%. Conforme o levantamento preliminar do Censo, a maior parcela em Pelotas (32,8%) é de quem possui Ensino Médio completo, mas o superior incompleto, cerca de 84 mil pessoas. O maior avanço educacional é observado na taxa de conclusão da graduação. O salto foi de 10,6% para 22,01%. O índice é superior ao do país (16,75%) e ao do Rio Grande do Sul (17,35%).

Polo de educação em Pelotas e medidas de acesso à universidade

Para a professora da Faculdade de Educação da UFPel, Maria Fátima Cóssio, um dos principais fatores que propiciaram o aumento na parcela de pessoas com nível superior, é a política de ações afirmativas. “Permitiu que pessoas antes excluídas passassem a ter acesso a cursos superiores, com condições adequadas e com políticas para atendimentos às especificidades”, diz.

Segundo a docente, ferramentas como o Sisu permitiram expandir as possibilidades de escolha em todas as universidades do país e a diversificação dos processos seletivos foram essenciais para o aumento do acesso ao ensino superior. Além disso, a disponibilidade de uma universidade federal e de universidades particulares, bem como do Instituto Federal Sul-Rio Grandense (IFSul), tornam Pelotas um local com amplas oportunidades educacionais.

Defasagem histórica

A Unidade da Federação com a maior proporção de pessoas com nível superior completo foi o Distrito Federal (37%). Conforme Maria Fátima, a taxa de 22% de Pelotas e de 16,75% do país demonstram a defasagem histórica de acesso à educação superior. “As políticas citadas anteriormente são relativamente recentes, e não é possível que em curto espaço de tempo as ações efetivadas possam impactar nos indicadores.”

A professora cita ainda que há vários casos em que os alunos optam por cursos técnicos de nível médio que, dependendo da área de atuação, prescindem de uma formação em nível superior.

Desafios para a ampliação da formação universitária

A especialista cita vários desafios que necessitam de atenção e de modificações por parte das instituições e do poder público para a promoção de melhores taxas de conclusão do Ensino Superior.

  • Diversificação curricular, com vistas a ampliar a atratividade dos cursos de graduação;
  • Redução do tempo de duração dos cursos que, em alguns casos, ultrapassa o que determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para cada curso. “Cursos muito longos dificultam que os estudantes possam acessar de forma mais rápida o mundo do trabalho, condição importante para a maioria da população”, explica.
  • Ampliação da oferta de cursos noturnos para propiciar que trabalhadores acessem à Universidade e do uso de instrumentos tecnológicos, sintonizados ao cotidiano dos estudantes.

Empobrecimento e baixa escolaridade

Embora tenha havido um aumento no número de pessoas que concluíram o Ensino Médio, o indicador de 32% ainda é baixo, segundo a professora. Maria de Fatima analisa que entre os fatores que se pode destacar para este fenômeno está o empobrecimento da população, enfatizado pelo período pandêmico. “Impõe aos jovens a necessidade de obter algum meio de subsistência, até mesmo como única fonte de renda familiar, o que afasta essas pessoas da escola”. Neste segmento, Pelotas está abaixo do índice do Brasil (35,8%).

Da mesma forma, as desigualdades econômicas e sociais são um dos principais motivos pelos quais os jovens não conseguem permanecer na universidade, segundo a especialista.

Ensino Fundamental

A significativa diminuição na proporção de habitantes sem instrução e ensino fundamental incompleto é explicada pela alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 2013, que estabeleceu a obrigatoriedade da escolarização formal dos quatro aos 17 anos. “Com consequências, em caso de descumprimento, para o poder público e para a família”.

Com isso, as vagas precisaram ser ampliadas nas redes públicas e os pais tiveram a obrigação de matricular e manter os filhos na escola.

Segmentos

Conforme os dados do Censo, em Pelotas a maioria das pessoas com nível superior são formadas em cursos como administração e direito, assim como na área da saúde.

Carreira

Conforme os dados do Censo, em Pelotas a maioria das pessoas com nível superior são formadas em cursos como administração e direito, assim como na área da saúde.

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