“Eu me sinto responsável pelo prédio da Guarda Municipal”
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Segunda-Feira17 de Março de 2025

Abre aspas

“Eu me sinto responsável pelo prédio da Guarda Municipal”

Ervino Ferreira da Silva - Vigilante do posto

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“Eu me sinto responsável pelo prédio da Guarda Municipal”
Ervino já está aposentado há 20 anos, mas segue atuando. (Foto: Cintia Piegas)

O vigilante Ervino Ferreira da Silva, 75, está aposentado há 20 anos, mas faz questão de manter a segurança do prédio da Guarda Municipal. Ele se tornou uma lenda na corporação. Seus colegas dizem que ele é referência para muitas gerações pela dedicação ao serviço e o amor à farda. A timidez, no entanto, não permite que ele reconheça tantos valores. Servidor público desde 1982, ele conta que há uma brecha na lei que permite permanecer no seu posto de trabalho até quando for possível. A rotina do dia vai além da vigilância: tem a confiança, o respeito e a admiração do efetivo.

O senhor já poderia ter parado de trabalhar. Por que segue atuando como vigilante?  

Eu trabalhei em vários lugares da Prefeitura. Então fizeram a guarda e me enviaram para cá, onde permaneço há 35 anos. Eu já sou aposentado há mais de 20 anos, mas por ser no serviço de vigilante, pude continuar. Eu gosto de estar na guarda. Todos aqui são muito legais. Os colegas que trabalho me tratam com muito respeito, carinho, coisa que eu tenho por eles também. Além disso, preciso trabalhar para ganhar um pouco mais. Eu acho que sair de casa de manhã me distrai. Eu brinco com um e outro e depois volto para casa para ficar com a minha esposa Maria Ceni que tem a mesma idade. Somos só nós em casa e estamos há 53 anos casados. Temos três filhas e 12 netos. Mas nenhum seguiu na área da segurança. Mesmo assim, um é apaixonado. Quando o Evaldo fez cinco anos, duas patrulhas foram na festa de aniversário. Ele ficou muito feliz.

Qual é a sua função na GM?

Naquela época (82), a gente fazia a segurança só de postos de saúde e escolas. Agora tem a guarda que está cada vez melhor, porque agora pode agir como polícia. Hoje, a gente cuida da cidade toda e das pessoas. Eu, mesmo sendo vigilante, me sinto igual a todos os outros. Fico de guarda todas as manhãs aqui na sede. Antes atuava na escolinha aqui ao lado. Venho para cá pensando em fazer o meu melhor. De manter tudo em ordem, porque eles deixam para mim. Eu que cuido de quem chega, estou ali na frente das câmeras olhando o movimento. Então, graças a Deus, não deu nada mais grave. Mas se der, eu estou aqui para chamar e gritar a eles. Então, eu me acho importante aqui. Tenho certeza de que faço meu serviço direitinho.

E como o senhor se sente com as três homenagens que recebeu?

Eu cheguei lá [Câmara de Vereadores] tremendo, assim como estou agora na entrevista. Mas para mim, foi uma honra muito grande receber o troféu. Precisa ver! Já recebi três na Prefeitura, o que me deixa sem palavras para explicar o que sinto. Só sei que procuro fazer o meu serviço. Direito, o melhor que eu possa.

Ao longo da carreira como vigilante, já passou por alguma situação difícil?

Não cheguei a passar por coisas muito difíceis. Em todos os postos que trabalhei foi tudo tranquilo, graças a Deus. Só uma vez, em um colégio que foi assaltado. Tinha uma excursão de estudantes de outra cidade, mas rapidamente a guarda resolveu tudo e os ladrões fugiram. Também nunca enfrentei bandidos como o pessoal daqui. Eu me sinto meio velho, claro, mas ainda em condições de trabalhar. Fico seis horas aqui para cuidar do prédio, abrir a porta, atender as pessoas que chegam. É um serviço muito lindo.

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