Carina Soares Noda se dedica há cerca de quatro anos a atividades voluntárias. A servidora pública é colaboradora do Café do Bem, serviço que oferece café da manhã para pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social. Além disso, ela é coordenadora do Esquadrão da Alegria, uma ong dedicada a levar alegria e descontração a pacientes internados em hospitais de Pelotas.
Como surgiu a ideia do Café do Bem?
O café existe há cinco anos quase, iniciou em 2020, com um grupo de amigos. Parou um tempo por causa da pandemia e retornou em 2021, ano em que entrei para o grupo, pois conhecia uma das voluntárias.
O café surgiu pelo desejo de ajudar os mais necessitados, aquelas pessoas que não são vistas pela sociedade, as pessoas em situação de rua. Servimos um café com simplicidade, mas como muito amor, levamos um pão recheado com margarina ou doce, às vezes com mortadela quando possível, e juntamente é servido café e suco. Percebemos e vemos como o simples se torna luxuoso para quem não tem nada. São pessoas que se alegram em receber nosso sorriso, nosso bom dia, nossa escuta para o que quiserem compartilhar.
Como funcionam as ações do grupo?
Nós temos uma página no Instagram, onde publicamos todas as nossas ações com a intenção de tocar mais pessoas que possam vir a ser voluntários, ou a colaborar de alguma forma com o café, seja com doações dos itens que usamos, roupas ou no pix do café. Nós nos organizamos com um grupo do WhatsApp, semanalmente largamos a lista no grupo e o voluntário coloca o seu nome e o que pode contribuir, exemplo, Carina 20 pães e café.
Todos sabem que o mínimo que precisamos levar são 300 pães e cerca de 35 litros de café, mais o suco. Por essa lista vamos acompanhando, caso não atinja o mínimo, vamos chamando o pessoal no grupo para ver se alguém mais pode colaborar. Nesses casos também usamos o pix do café para complementar.
Por que você é voluntária?
Sempre tive um desejo muito grande de ajudar as pessoas. Lembro quando criança que sempre mexia muito comigo, ver alguém pegando algo do lixo para comer. Essas e outras situações de desigualdades causam um desconforto muito grande no meu íntimo.
Embora eu tenha, através de uma visão espiritualista, um entendimento de que cada um de nós tem a sua trajetória, seus desafios a vencer, sinto uma necessidade de fazer algo para ajudar as pessoas. Nesse contexto, eu acredito que cabe a cada um de nós fazer o melhor que podemos para todas as pessoas e todas as situações que surgirem aos nossos olhos, sempre há uma oportunidade de ajudar.
E assim eu vivo a minha vida com um propósito de tentar mostrar o brilho da vida para as pessoas, o bem que existe em doarmos amor, sem escolher a quem, para todos que cruzarem o nosso caminho. Sinto como se cada pessoa fosse uma oportunidade de fazer algo, tanto para ela em si, quanto para melhorar o mundo, tenho certeza que todas as nossas relações são aprendizados.
Nós precisamos uns dos outros, seja para ajudar a suprir uma necessidade, seja para ouvir uma palavra amiga, um consolo, um abraço, ou até mesmo um simples olhar de compreensão. O voluntariado proporciona estar com pessoas que vibram no mesmo desejo de fazer o bem ao próximo sem esperar nada em troca e isso também é maravilhoso.
Como se tornar um voluntário(a) do café?
O único comprometimento que pedimos no café é para ter a preocupação do café acontecer, ou seja, acompanhar o grupo, estar atento às necessidades. E isso é, perceber o quanto a minha ajuda é importante para fechar uma lista de presença num sábado, ou como a minha doação de itens vai ajudar, assim como divulgar entre amigos e familiares, e pedir uma doação na padaria da esquina de casa. Enfim, há muitas possibilidades de conseguir contribuir.
