Prefeitura aguarda verba para avançar na contenção das cheias

Reconstrução

Prefeitura aguarda verba para avançar na contenção das cheias

Secretaria Estadual de Reconstrução solicita complemento de informações dos projetos aprovados

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Atualizado quarta-feira,
19 de Fevereiro de 2025 às 10:52

Prefeitura aguarda verba para avançar na contenção das cheias
Rua Nova Prata ainda apresenta resquícios da enchente de maio. (Foto: Cíntia Piegas)

A três meses de completar um ano da enchente de assolou balneários do Laranjal, pouco foi feito em relação à contenção das cheias nos balneários mais atingidos em maio de 2024: Valverde, Pontal da Barra e Santo Antônio, além da Colônia de Pescadores Z-3. O município espera pela liberação dos R$ 25 milhões garantidos, pelo governador Eduardo Leite (PSDB) em setembro do ano passado. As tratativas entre Estado e Sanep foram retomadas de forma virtual e para uma reunião deve traçar os planos para a execução dos serviços na próxima semana.

Até o momento, a autarquia ampliou o dique para quatro metros em apenas em alguns trechos possíveis, com mão de obra própria. Porém, a obra só será totalizada a partir da concretização do projeto de drenagem urbana e proteção de cheias no Laranjal. De acordo com a direção do Sanep, a expectativa é realizar a contratação integrada, com a empresa que ganhar a licitação, executando o projeto e a obra, a fim de agilizar o andamento dos trabalhos.

A Secretaria da Reconstrução Gaúcha informa que a fase atual é de complementação de informações. A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, o Programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do Rio Grande do Sul, que propõe medidas para atenuar os impactos causados pelas enchentes que assolaram o Estado em 2024.

Cenário atual

Na manhã de terça-feira (18), na rua Paulo de Souza Lobo, no Balneário Valverde e próximo ao dique, uma das mais atingidas em maio, servidores da prefeitura trabalhavam na limpeza de canais que encheram só com a chuva de domingo. Essa limpeza, garante a autarquia, é constante, assim como a manutenção e renovação das estruturas da casa de bombas do Laranjal, a Nova Prata, responsável ainda por receber toda água do canal na avenida Espírito Santo, principal estrutura condutora das águas da chuva. No projeto aprovado pelo Plano Rio Grande, está previsto o aumento da vazão dessa casa de bombas, preparando-a para a nova realidade climática, além de aprofundar o canal da Espírito Santo para comportar maior volume de precipitação.

Entre o ideal e a realidade

Com pouca chuva e as águas mansas, o cenário no canal da Nova Prata, entre a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Laranjal e a casa de bombas, preocupa. Além de material de reciclagem, vegetação, pedras e uma espuma branca (água escorre para o canal São Gonçalo), um barco apodrece no local. Devido às construções irregulares no local, esse desaguadouro foi apontado como sendo responsável por boa parte da cheia na parte mais alta do balneário Valverde na enchente de maio. Na ocasião, com a presença do Ministério Público, cogitou-se a retirada de moradores para a mudança de local da casa de bombas. O município diz que estuda a possibilidade de novos traçados no canal a fim de evitar a retirada dessa comunidade.

O comerciante Valter Glaser da Silva, 25, é morador na rua Nova Prata e perdeu tudo com a enchente. Ele espera até hoje por melhorias, pois depois que as águas baixaram, o aterro colocado na via e muitas pedras só pioraram a situação. “Fomos prejudicados porque a água não conseguia escoar para o lado da rua e entrava pela frente na nossa casa. Uma chuvinha normal, que não alagaria nada, alagou”, relata. Após meses de reclamações, as pedras foram retiradas há cerca de duas semanas. Sobre a retirada dos moradores dessa parte da Nova Prata, o comerciante diz que o assunto ficou no esquecimento. “A gente fica traumatizado, né? Qualquer chuvinha, na verdade, a rua já alaga inteira. Tu molhas os pés, pois os pátios das casas enchem d’água”.

Medidas

O Sanep diz atuar constantemente na manutenção e qualificação da estrutura de drenagem pluvial existente. Mutirões de limpeza realizados pela prefeitura já passaram pelas regiões do balneário dos Prazeres nestes primeiros 50 dias do ano. Ainda conforme a autarquia, a remoção de cargas de entulhos, desobstrução das valetas e estruturas pluviais é essencial para que o sistema dê a resposta quando acionado nos dias de chuva. Já as obras que demandam maior investimento ainda devem ocorrer.

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