As aulas retornam nesta segunda-feira (16) na rede municipal de Pelotas e trazem um extremo desafio: afinal, como tirar a cidade de posições tão baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)? Os motivos são sabidos e, felizmente, a prefeitura parece ter plena noção do que é necessário para reverter esse tipo de cenário. No entanto, os desafios são homéricos e precisa de um trabalho de longo prazo para criar um cenário geral que mude isso.
A infraestrutura ainda é lamentável na maioria das instituições e, para isso, não basta apenas vontade. Além do mais, há a crescente desvalorização da categoria, algo que, em uma cidade com tamanhas dificuldades como a nossa, será ainda mais difícil criar um ambiente onde essa valorização saia de imediato. E, por fim, o maior dos desafios: a dificuldade de tornar a escola interessante para as novas gerações, nascidas ou que cresceram na pandemia e com as telas proporcionando estímulos rápidos constantemente.
Mas, embora o desafio seja imenso, ele precisa começar. É fundamental a reforma dos currículos que a prefeitura deseja, mas deve ser feita pensando no âmbito geral, não apenas algo de momento ou com um carimbo de governo. Como em todas as frentes, é preciso pensar em projetos de cidade que superem gestões. Para tanto, é fundamental acelerar a capacitação dos professores a curto, médio e longo prazo, bem como a melhoria de infraestruturas. E criar modelos, junto ao Conselho Municipal de Educação e ao Legislativo, que perdurem além de gestões políticas. Só assim vamos reverter o cenário definitivamente.
Pelotas ainda tem muito o que crescer em educação e, no momento, que se envergonhar dos índices dos últimos anos. Nesta segunda começa mais um ano letivo e com ele vêm milhares de oportunidade de criar um novo momento. Mas para isso é preciso começar a agir já.