Virou meme em redes sociais a expressão “vou ver e te aviso”. É a clássica resposta educada para uma situação que não será tratada como prioridade. Pois bem, é esse o sentimento que se traz da reunião entre cerca de 60 lideranças gaúchas e o Ministério de Minas e Energia na última quarta-feira para debater a retomada da Usina Termelétrica Candiota 3. Afinal, tamanha mobilização, que já vem de semanas, não teve qualquer resultado além de uma resposta do ministro Alexandre Silveira prometendo conversar com o presidente Lula sobre o tema.
O sentimento de otimismo da terça-feira foi trocado por dúvida e incerteza, estimulados pela frustração. O governador, mais de uma dezena de deputados, vereadores, prefeitos e mais tantas lideranças foram até lá para não ouvir nada concreto, apenas uma saída pela tangente. É lamentável que o governo federal não tenha preparado sequer uma resposta rápida sobre o assunto. Ao menos um indicativo de estudo. Um “vou ver com o Lula” passa o exato sentimento de um “vou ver e te aviso”.
Depender da boa vontade individual de políticos é um dos grandes problemas do nosso sistema atual. Estamos peregrinando agora pela termelétrica, não apenas pela operação da planta. É uma cidade que corre risco de ver sua economia colapsar, processo que já iniciou com sua principal geradora de empregos parada há um mês e meio. São mais de cinco mil postos que correm riscos e algumas demissões já vêm ocorrendo. O que custa o governo federal acelerar esse processo de tomada de decisão? Seja o sim, seja um inexplicável não, a resposta precisa vir para garantir ao menos uma certeza de futuro para Candiota e sua gente.
