Entre o cancelamento judicializado por conta do calor e o início do período em que vale a lei da proibição de aparelhos celulares em sala de aula, a volta às aulas tem sido pauta diária em jornais e rodas de conversa. Mais do que lidar com as situações que surgem diante dos novos desafios impostos pelo clima ou pela mudança no nosso perfil de sociedade, cada vez mais digital, é importantíssimo pensar em estratégias para a escola reassumir as rédeas da formação intelectual e social dos jovens.
Com o amplo acesso a canais de influenciadores, a reels que passam voando e a trends que surgem e vão de um dia para outro, a dificuldade de pescar a atenção do jovem vem sendo um padrão na fala de educadores.
Mais do que isso, há quase que um excesso de modelos de comportamento, algo outrora quase restrito a pais, professores e um ou outro ídolo da televisão. Por tudo isso, reforçar a importância não só da sala de aula, mas da escola como ambiente, é algo que desponta com certa urgência para famílias, professores e gestores lidarem.
Temos uma nova geração que foi criada com peculiaridades: anos de pandemia, celular na mão como forma de distração e constante consumo de conteúdos rápidos e superficiais. Por isso, como os professores devem fazê-los prestar atenção por quatro, cinco horas em um quadro, sentados imóveis, copiando e escrevendo a mão? São coisas que soam antiquadas para eles, mas que ainda não foi criado um formato que substitua totalmente.
Por isso, há um grande obstáculo de dinamismo para ser superado, mas grande necessidade de retomar o protagonismo da escola na formação intelectual dos alunos. Educação vem de casa, é responsabilidade de pais e responsáveis, mas senso crítico, interpretação de texto e conhecimentos aprofundados precisam ser tidos em sala de aula. Cabe, também, às famílias estimular esse processo.