O depoimento do diretor executivo da secretaria de Saúde Rafael Martinelli aos vereadores expôs o governo Marroni a uma crise desnecessária, que pode levar ao constrangimento de a gestão precisar pedir desculpas à Câmara.
Não pegou bem que ele não tenha conseguido responder especificamente qual é a atribuição do seu cargo e, acima de tudo, não pega bem que um assessor do governo com atuação política reconhecida dedique tempo a criticar vereadores em notícias nas redes sociais.
Críticas anteriores feitas a outros parlamentares também não ajudaram. Mesmo que Cesinha (PSB) e Michel Promove (PP) tenham se afastado de Cauê Fuhro Souto (PV) recentemente, eles não tinham nenhum motivo para ter boa vontade e aliviar a barra de Martinelli.
Quem entra na política tem que estar preparado para o escrutínio público e para ter cada passo monitorado nas redes sociais. É claro que isso pode se tornar um problema, dando margem para injustiças e perseguições, mas quem está em cargos elevados precisa ter noção de que qualquer publicação, mesmo que inocente e fora de contexto, pode desencadear uma crise política.
Se a intenção dos comentários era criticar Cauê Fuhro Souto e capitalizar o tema a favor do governo, o depoimento de Martinelli à Câmara acabou desviando o foco e colocando o holofote sobre a sua atuação na secretaria de Saúde.