Alessandro Telles é o substituto de Ariel Lanzini no Pelotas. O treinador de 55 anos foi anunciado pouco antes das 13h desta quarta-feira (12), um dia depois da derrota azul e ouro por 5 a 0 para o Grêmio, na Arena. O profissional chega à Boca do Lobo ainda nesta quarta.
Telles estava no São Luiz, de onde foi demitido na última segunda-feira. O Rubro atingiu cinco partidas consecutivas sem vencer no Gauchão. Uma delas teve justamente o Áureo-Cerúleo como adversário, há apenas oito dias, no estádio 19 de Outubro, em Ijuí, quando o placar terminou em 1 a 1.
“É uma honra retornar ao Pelotas, que me deu tantas alegrias na carreira. Conheço a paixão da torcida e estou por dentro da competição. Confio que com muito trabalho e união, o elenco vai dar a resposta que todos esperam”, disse o treinador, via assessoria. Ele concederá a primeira coletiva amanhã, na véspera do duelo diante do Juventude.
O profissional se deslocou durante a tarde de ontem à cidade, para onde retorna menos de oito meses após deixar o Brasil. Telles comandou o Xavante em oito partidas da Série D do Brasileirão da temporada passada. Foram duas vitórias, três derrotas e dois empates. A saída ocorreu no fim de junho, depois de derrota por 2 a 0 para o Avenida.
De volta, mas acima na hierarquia
O novo comandante do Pelotas já passou pela Boca do Lobo em duas ocasiões como auxiliar técnico. A primeira delas entre 2013 e 2014, na comissão de Paulo Porto, quando a equipe venceu a Copa Sul-Fronteira, a Super Copa da FGF e a Recopa Gaúcha. A última foi em 2021. À época, o treinador era Ricardo Colbachini e o Áureo-Cerúleo acabou rebaixado no Estadual.
Telles iniciou a trajetória como treinador principal em 2022 e soma passagens por Inter-SM, Guarany e Concórdia (SC), além dos já citados trabalhos no Brasil e no São Luiz. Seus principais feitos foram o acesso para a elite em 2023 pelo time de Bagé e a conquista da Recopa em 2024 pelo clube de Ijuí.
A estreia de Alessandro Telles à frente do Áureo-Cerúleo será às 16h30min de sábado, contra o Juventude, na Boca do Lobo, pela oitava e última rodada da primeira fase do Gauchão. O time tentará escapar do quadrangular do rebaixamento, zona da tabela em que entrou ao ser goleado pelo Grêmio.
Último trabalho
Se em 2024 o São Luiz conquistou a Recopa ao vencer o Grêmio, chegou à segunda fase da Copa do Brasil depois de superar o Ituano (SP) e garantiu vaga para a Série D do Brasileirão 2025 por meio de sua campanha no Gauchão, na atual temporada o andamento vem sendo diferente. Telles conseguiu vencer só na estreia (2 a 1 sobre o Avenida).
Para o repórter Alex Frantz, da Rádio Progresso, de Ijuí, uma das principais razões para o treinador ter deixado o Rubro no Z-4 do Gauchão é o baixo aproveitamento nas conclusões de jogadas, problema frequentemente citado por Ariel Lanzini. Nos seis jogos sob comando de Telles, o São Luiz marcou cinco gols, sendo dois de pênalti.
“Uma das coisas que eu detectei dos times do Alessandro Telles, e isso aconteceu em 2024 e neste ano: o time cria bastante oportunidades, mas chega no terço final, não consegue ter o capricho, não consegue concluir, não consegue marcar os gols”, avalia Frantz ao A Hora do Sul.
Telles é um treinador com histórico de estilo de jogo propositivo. No São Luiz, escalava seu time na mesma configuração tática do Pelotas de Ariel Lanzini, o 4-2-3-1, com dois volantes, um meia central com característica de articular, dois pontas e um centroavante típico.