Saber desconectar
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Segunda-Feira17 de Março de 2025

Editorial

Saber desconectar

Atualizado segunda-feira,
10 de Fevereiro de 2025 às 11:36

Saber desconectar
"Viciamos nossos cérebros em doses rápidas e constantes de informação". (Foto: Jô Folha)

São preocupantes as informações trazidas no caderno Corpo&Mente deste final de semana. Os celulares já são extensões do nosso corpo e nada que faremos irá mudar isso. Voltar a ser analógico não está em pauta. No entanto, é urgente repensar nossa relação com os meios digitais, para o bem de nossa saúde.

Hoje é quase impossível não estar online por pelo menos algumas horas ao dia. Afinal, é pelo WhatsApp que boa parte da nossa comunicação, pessoal ou profissional, se dá. É pelas redes sociais que descobrimos quase tudo sobre a vida alheia, e não mais no bate-papo. Abandonar isso hoje é quase tornar-se um estranho no ninho de nossa sociedade.

E é basicamente para isso que os meios digitais vieram, facilitar nossa comunicação. O problema é que abraçamos eles também para ser nossa fonte de lazer, entretenimento, consumo e até criação de relacionamentos. E aí, basicamente, não há fator na nossa vida que não dependa de telas. Vivemos mediados e isso vem nos adoecendo, tanto como indivíduos, quanto como comunidade.

São inúmeras as relações que se romperam por brigas através das telas que não se dariam jamais no cara a cara. São inúmeras as doenças que estamos desenvolvendo pelo vício de precisar estar conectado, de sentir ansiedade quando não estamos olhando para a tela e do temor de deixar passar algo.

Como lista o Dr. Alfredo Lhullier na entrevista à reportagem, viciamos nossos cérebros em doses rápidas e constantes de informação. A ausência disso traz efeitos psicológicos.

De quebra, vivemos à margem de um problema social gravíssimo que é a digitalização do vício em jogos. Pior do que as mesas de bingo e as roletas, os “tigrinhos” e bets colocam nossa saúde financeira em risco.

É momento de desconectar. Não totalmente, isso é impossível. Mas de saber deixar o celular de lado, ler um livro, dar uma caminhada olhando para as árvores do caminho e não para a tela, conversar com um amigo olhando no olho e entreter-se de maneira completa, não com vídeos rápidos de 30 segundos.

Vamos deixar o celular para coisas em que ele é essencial, como comunicar-se instantaneamente. O resto, dá para dosar melhor.

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