Inexplicável e inaceitável
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira11 de Fevereiro de 2025

Editorial

Inexplicável e inaceitável

Inexplicável e inaceitável
Governo pretende aumentar número de pedágios na região. (Foto: Jô Folha)

A proposta de colocar mais um pedágio no caminho que conecta a Zona Sul do Estado a Porto Alegre é um disparate. O tipo de situação que soa como piada, não fosse a seriedade da situação. A região recém caminha para acenar para a possibilidade de um pedágio mais em conta, faltando pouco mais de um ano para o fim do atual contrato com a Ecosul. E, antes mesmo de respirar minimamente, já leva outra paulada com a projeção de uma nova praça no caminho entre Camaquã e Porto Alegre.

Tal medida vai encarecer ainda mais o preço do frete e do deslocamento até o Porto de Rio Grande. Também prejudica a chegada de turistas na região. É um absurdo por si só, já que não há lógica, em um trecho com um dos pedágios mais caros do Brasil, haver outra praça sem antes resolver o problema anterior. Por mais que possa haver até um formato mais aceitável no futuro, como um modelo free flow ou barateamento significativo com melhorias no trecho, o anúncio da intenção, neste momento, é só desrespeito, puro e simples, com uma região que se mobiliza há anos para tentar melhorar sua logística.

É preciso que os líderes locais se mexam para mais essa pauta. É quase um trabalho de Sísifo ter que fazer tantas peregrinações e pressões em Brasília, mas mais uma vez nos vemos diante deste cenário. As pautas anteriores ainda nem foram resolvidas – além do pedágio, que tem licitação encaminhada, falta concluir a duplicação da mesma BR, a 116. Ou seja, é uma pá de cal em cima de outra, sem nunca dar fôlego para a Zona Sul.

Se o governo federal quer fazer jus ao seu slogan, de “união e reconstrução”, passou da hora de ouvir as microrregiões do país. Não há união que faça ser aceitável mais um pedágio na Zona Sul. Não há reconstrução possível quando uma das regiões mais carentes de um Estado, ainda cambaleante no pós-enchente, leva mais uma pancada dessas. Tomar decisões lá de Brasília, sem nunca ter pisado aqui, é muito fácil.

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