Moradores e comerciantes do centro de Santa Vitória do Palmar têm enfrentado graves problemas com o fornecimento de energia elétrica desde a metade de dezembro. Oscilações constantes, quedas prolongadas e danos a equipamentos causam prejuízos e muita insatisfação. Apesar das reclamações já formalizadas à CEEE Equatorial Equatorial, a situação persiste e tem afetado diretamente o dia a dia de diversos estabelecimentos e residências.
Marcos de Souza, 57 anos, é dentista e possui um consultório na parte central da cidade. Há mais de um mês, ele e outros comerciantes da região experimentam dias de trabalho às escuras. Segundo o profissional, o apagão está relacionado ao transformador que abastece a área. A oscilação na energia já causou prejuízos, inclusive queimando equipamentos essenciais para o funcionamento do consultório. “Mandei arrumar [os equipamentos], mas o problema está se repetindo com muita frequência”, relata.
A situação não é exclusiva do consultório de Souza. Outros estabelecimentos da região também foram afetados e já formalizaram reclamações junto à CEEE Equatorial. No entanto, nada mudou. Pelo contrário, piorou. Marcos relata que, nos últimos dias, precisou interromper o atendimento diversas vezes por falta de energia. “Ontem, a partir das três horas da tarde, não consegui mais trabalhar. Hoje de manhã, fui trabalhar sem luz novamente. Ela voltou por volta das 10h, ficou cerca de uma hora e caiu de novo”, conta o dentista.
Vai e volta
A funcionária de uma farmácia central, Hellen Acosta, 26 anos, lida com medicamentos importantes que precisam ficar armazenados em condições ideais de refrigeração. Na última quarta-feira, a drogaria passou a tarde sem energia, e quando voltou, logo caiu novamente.
Ela ainda comenta que trabalhou por mais de três anos na concessionária de energia e recentemente pediu demissão devido à insatisfação com a constância do problema e a escassa assistência da empresa. “Antes, havia alguém para correr atrás de tentar resolver”, revela, “Agora, parece que ninguém mais se importa. O sistema está totalmente sucateado e a assistência técnica está cada vez mais precária”.