O que se celebra e o que se lamenta
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira11 de Fevereiro de 2025

Editorial

O que se celebra e o que se lamenta

O que se celebra e o que se lamenta

Está de volta à elite a maior rivalidade do interior do RS. É necessário e justo que a cidade celebre o retorno do Bra-Pel aos principais palcos do futebol estadual após três temporadas de desencontros. Mas a abertura do Gauchão exige, também, um olhar para o calendário do futebol nacional.

As oito rodadas da primeira fase do campeonato vão acontecer em um espaço de 24 dias. O jogo de volta da decisão do título, assim como o encerramento das disputas pela vaga extra na Copa do Brasil de 2026 e contra o rebaixamento, estão marcadas para 15 de março. São, portanto, menos de dois meses. Goste-se ou não das mudanças na fórmula, é louvável que a FGF tenha pensado em um novo regulamento. Só que os clubes das principais divisões nacionais jogam muitas partidas, enquanto aqueles de patamares competitivos inferiores, como é o caso da dupla Bra-Pel, sofrem com o contrário. Um problema estrutural do futebol brasileiro.

O Brasil encerrou seu 2024 em agosto, mesmo após avançar duas fases na Série D do Brasileirão. O Xavante terá neste ano a quarta divisão nacional para disputar novamente, a partir de abril. Já o Pelotas ficará, na melhor das hipóteses, seis meses sem um compromisso oficial – isso se disputar a Copinha da FGF, que vai iniciar em setembro.

É urgente, apesar de infelizmente quase utópica, uma reformulação do calendário. Se quem está no topo da pirâmide reclama do excesso, do lado oposto se sofre com a escassez. Alguns dos grandes times de SP, RJ e MG iniciaram seus torneios estaduais usando times de base em nome de pré-temporadas maiores. Por outro lado, diversas equipes só jogam de janeiro a março.

Brasil e Pelotas devem olhar para cima. Lobo e Xavante têm tradição, história e torcida para estarem nas primeiras divisões do país. A dupla precisa fazer por onde, claro, e a profissionalização administrativa por aqui é outra pauta necessária. Mas quem rege o futebol brasileiro, lamentavelmente, não ajuda. Quando isso vai mudar?

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