“É o maior clássico do interior, sem sombra de dúvida”
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ABRE ASPAS

“É o maior clássico do interior, sem sombra de dúvida”

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Atualizado quarta-feira,
22 de Janeiro de 2025 às 11:26

“É o maior clássico do interior, sem sombra de dúvida”
Cássio Ferrari defendeu o Brasil em mais de dez clássicos. Depois, também vestiu a camisa do Pelotas em dois duelos (Foto: Arquivo pessoal)

Cássio Ferrari é um dos mais relevantes nomes da história do futebol pelotense. O ex-goleiro passou pela dupla Bra-Pel. Disputou mais de dez clássicos vestindo rubro-negro e dois com a camisa áureo-cerúlea. Hoje aos 55 anos, Cássio atua como técnico de Esporte e Lazer do Sesc Pelotas. Ele relembra momentos marcantes e opina sobre as principais necessidades para o futuro dos clubes.

O que significa ter o Bra-Pel de volta à primeira divisão?

Eu vejo com muita alegria esse clássico Bra-Pel voltando. Vai fomentar o esporte, vai valorizar a Zona Sul. Impacta diretamente no comércio, desde o ambulante, aquela pessoa que está ali no seu dia a dia vendendo, e numa projeção maior vai projetar para o Estado do Rio Grande do Sul e para o Brasil a dupla Bra-Pel. Há muito tempo não se joga o clássico, isso reacende uma rivalidade histórica entre Brasil e Pelotas. Nós temos essa necessidade de que os clubes da Zona Sul resgatem o que já foi seu, com toda a tradição das grandes torcidas que têm Brasil e Pelotas. É o maior clássico do interior, sem a menor sombra de dúvida. As duas torcidas mais acaloradas do interior do Estado que eu conheço. E isso valoriza muito, nós precisamos disso. Como eu falei, vai fomentar o turismo. Eu acho que isso é muito importante para a Zona Sul, que precisa desse tipo de reforço financeiro. É bom para a cidade. A importância desses clubes do interior se organizarem financeiramente. Eu vejo que, a médio e longo prazo, esses clubes precisam se organizar e virar SAF. Essas empresas buscam clubes de potencial e o Pelotas e o Brasil são dois clubes de potencial. É inconcebível você montar time e não pagar o jogador. Tem que pagar a comissão técnica, pagar os jogadores. Antes de tudo tem que pagar os funcionários. Evita dívidas, ações trabalhistas, isso é muito importante.

Foi mais de uma década tua no Brasil. Quais as principais memórias?

Por 12 anos eu joguei no Brasil, foram seis títulos conquistados na década de 1990. Me lembro como se fosse hoje de cada uma dessas passagens, dessas histórias. Falar do Brasil me lembra do clássico do guarda-chuva de 1993. Naquele ano, na Copa RS, todas as partidas que empatavam terminavam em pênaltis. E naquele ano eu defendi 16 pênaltis. Porque empatava, ia para os pênaltis e eu pegava sempre um ou dois. Foi assim contra o Pelotas no Bento Freitas, que eu peguei dois, no Bra-Pel do guarda-chuva, porque chovia muito e a torcida foi em peso de guarda-chuva. Depois na Boca do Lobo, o Bra-Pel da volta, eu defendi dois e cobrei a penalidade da vitória. Depois nós fomos a Farroupilha na final, eu defendi dois também. Saímos perdendo aqui, 2 a 0, e empatamos, 2 a 2. E lá empatamos 0 a 0 e ganhamos nos pênaltis. Foram anos memoráveis. Naquela época, na década de 1990, as copinhas eram muito valorizadas. A maioria da equipe era da casa, muito identificada com o clube e o torcedor. Havia esse reconhecimento. Hoje o atleta não se cria no clube, o que é totalmente normal, não tem raízes. Então é diferente, chegávamos, íamos na torcida, a torcida nos recebia calorosamente. E não tem preço que pague o reconhecimento que eu tenho até hoje. Foi aquela década em que nós tivemos aqueles dois confrontos históricos, 97 e 98, contra o Grêmio.

No Pelotas foi menos tempo. O que mais te marcou?

Joguei de 2004 a 2008 no Pelotas. Lembro do meu primeiro clássico Bra-Pel pelo Pelotas em 2004 ou 2005. Entrei na Boca do Lobo lá no túnel, quando entrei no gramado fomos saudar a torcida do Pelotas e a torcida do Brasil levantou e começou a gritar meu nome. Isso foi uma homenagem, mas também me marcou muito. Poderia mexer muito com o meu emocional e eu não ter ido bem na partida, mas eu fui, já era um goleiro experiente, tinha 34 anos.

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